quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Estudante tatuiana conquista título da Maratona Nacional de Química

Ana Beatriz Catel venceu provas realizadas em outubro no Maranhão

Do jornal O PROGRESSO DE TATUÍ - A tatuiana Ana Beatriz Catel figura entre os estudantes de maior destaque em química do Brasil. Em outubro, a aluna do 3º ano do ensino médio do Colégio Bem-Me-Quer/Positivo venceu, pelo segundo ano consecutivo, a Maratona Nacional de Química. O evento realizado na cidade de São Luis, no Maranhão, integrou as atividades do 51º Congresso Nacional de Química.

A competição reuniu 42 estudantes do ensino médio de todo o Brasil. Além de Ana Beatriz, competiram mais dois alunos do Estado de São Paulo. Para participar da final nacional, os estudantes precisaram produzir uma redação, neste ano com o tema “Meio Ambiente e Energia” (temática do congresso). A participação na maratona é aberta a todas as escolas brasileiras e os melhores trabalhos foram classificados para a final.

Durante o trabalho de redação, Ana Beatriz contou com a colaboração do professor de química, Carlos Alberto Pereira Domingues, e de Fernanda Junqueira, professora de língua portuguesa. Em 2010, ela sagrou-se campeã na mesma maratona, realizada em Cuiabá, no Mato Grosso.

Neste ano, Ana Beatriz foi a única aluna da escola a participar da seleção e, por isso, Domingues destaca a importância da conquista dela. Na opinião dele, o prêmio na maratona motiva o estudo da disciplina e desmistifica a química. “Ainda existe certo preconceito, de alunos de fora que não participam, de que isso é para ‘nerds’. Mas isso me causa estranheza, porque o conhecimento deveria ser valorizado e não tratado de forma pejorativa”, disse.

A prova deste ano, na qual a aluna tatuiana tornou-se bicampeã, consistiu em três etapas semelhantes. Realizadas em um laboratório, cada uma delas teve a apresentação de um experimento, por meio de vídeo, com tempo de dez minutos. Ao final de cada exibição, os competidores responderam dez questões relacionadas ao assunto exposto.

Ana Beatriz conta que antes de entrar no laboratório conheceu três alunos que também participaram da prova. “Eles eram do 1º ano, mas conversando com eles percebi que sabiam bastante sobre química”, comenta. No entanto, com o passar do tempo, ela pôde perceber que tinha boas chances. “Depois que terminava cada etapa, alguns comentavam que tinham ido bem, outros faziam aquelas caras de quem não sabia nada”.

O resultado da maratona foi divulgado no último dia do congresso. Antes disso, Ana Beatriz aproveitou para conhecer a cidade de São Luís, famosa por suas atrações turísticas. Acompanhada pelo pai, ela visitou o Centro Histórico da capital e os Lençóis Maranhenses. Os passeios, porém, não puderam se estender muito, pois a aluna aproveitou para assistir algumas palestras do congresso.

Satisfeita com o desempenho e o reconhecimento obtido, a aluna tatuiana ressalta, entretanto, que a disputa teve a participação de poucas pessoas. “Se tivesse mais gente, a disputa seria mais difícil. Eu acho que mais pessoas deveriam participar”, afirma. Ela atribuiu à distância uma das principais causas da baixa procura. “Como tem que viajar, é longe, algumas pessoas não se interessam ou não podem arcar com os custos”.

Na opinião de Maria do Carmo de Moraes Rocha, coordenadora do Colégio Bem-Me-Quer/Positivo, a aluna está sendo modesta. “Eu acho que mesmo que tivessem muitos participantes, ela seria vencedora, porque ela tem um potencial muito grande”, argumenta. Para ela, os participantes que estavam lá (na maratona) eram de um nível de conhecimento muito alto. “Quando ela (Ana Beatriz) entra em algum concurso, a gente já espera por alguma premiação”.

Tomando os devidos cuidados para não “expor” a aluna, a coordenadora afirma que Ana Beatriz serve de exemplo na escola. “Por ela ter esse direcionamento, por saber o que quer, por ter responsabilidade. Você não precisa dizer para ela estudar, ou lembrá-la dos compromissos que ela tem”, explica Maria.

Além do ensino médio, atualmente, Ana Beatriz cursa química na Etec (Escola Técnica) “Salles Gomes”. Ela conta que começou o curso para poder decidir se gostaria de seguir na área (de química) mais tarde, ou não. “Agora já estou terminando, é uma formação a mais e acabei me decidindo. Vou fazer faculdade de química no ano que vem”, conta a jovem estudante.

Publicado no jornal O Progresso de Tatuí, edição de 09.11.2011 (hoje!)

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