sábado, 26 de novembro de 2011

Sete espetáculos produzidos pelo setor de Artes Cênicas sobem ao palco

Sete espetáculos produzidos pelo setor de Artes Cênicas sobem ao palco do Procópio Ferreira entre os dias 1 e 3 de dezembro, com entrada franca

O Conservatório Dramático e Musical Dr. Carlos de Campos promove a Mostra de Teatro, entre os dias 1º e 3 de dezembro, no Teatro Procópio Ferreira. Ao todo serão apresentadas sete peças produzidas pelos alunos do setor de artes cênicas do Conservatório de Tatuí. Todos os espetáculos têm entrada gratuita.

No primeiro dia da programação, será encenado o espetáculo infantil “O Menino que Brincava de Ser”, às 15h. O texto de Cleiton Echeveste é inspirado no livro homônimo de Georgina Martins, que retrata a história de um garoto de seis anos, apaixonado por brincadeiras de faz de conta. Gosta de ser fada, princesa e, principalmente, bruxa. Seus pais ficam preocupados com a situação. Querem descobrir se há como alterar o comportamento do filho, que consideram anormal. Mas o menino conta com o afeto de sua avó, que o ajuda a não se intimidar perante os obstáculos e a continuar a ter o direito de brincar de ser e de sonhar.

No mesmo dia, às 18h, os alunos do setor de artes cênicas apresentam o espetáculo “Dois”, um mosaico das vivências de todos os envolvidos em seu processo criativo. Consequentemente, os personagens encontram reverberações nas histórias de amor. A direção é de Ludmila Castanheira

Sob a direção do coordenador do setor de artes cênicas, Carlos Ribeiro, às 20h30, os alunos apresentam o “Teatro de Improviso”. O espetáculo é resultado de um processo de dois semestres de aulas na cadeira de improvisação. A partir de uma série de exercícios de decupagem da ação, dinâmicas de grupo, improviso, observação e construção de personagem, foi criada uma “peça-jogo”, em que personagens fixos criam cenas improvisadas a partir de sugestões da platéia.

Para o segundo dia de apresentações o teatro Procópio Ferreira recebe o espetáculo “Anabela Procura”. Erica Pedro e Adriana Afonso assinam a direção do espetáculo, que tem como personagem principal Anabela, menina-mãe que sai à procura de sua filha sequestrada pelo misterioso Homem da Capa Preta. O caminho da busca é marcado pelo amadurecimento do encontro com o amor e de muitas aventuras. A narração é feita por um retirante nordestino, Zé das Couves, que a acompanhou nessa incrível viagem.

Os alunos da professora Ludmila Castanheiro exibem, às 18h, o espetáculo “Cromossomo X”. A peça retrata uma organização baseada em encontros. Um recorte poético e tímido no vasto universo feminino. “Limpe os pés antes de entrar, não mencione a sigla TPM e bom espetáculo”, brinca Castanheira, que também é diretora do espetáculo.

O espetáculo “Homens de Papel”, que tem direção do professor André Luis Camargo, encerra as apresentações da noite, às 20h30. A história gira em torno de um grupo de catadores de papel e do conflito que acontece quando um homem, ao comprar o papel coletado, rouba no peso e no preço para revendê-lo. Eleva-se, assim, a partir dessa “sociedade” de catadores de papel, uma metáfora do poder pelo poder, que aprisiona explorador e explorado a um sistema desumano de luta pela sobrevivência. O espetáculo é o resultado da disciplina de interpretação do curso de teatro adulto.

O último dia da Mostra de Teatro do Conservatório de Tatuí está reservado para os espetáculos “TRI-BO-BÓ City”, às 15h, "Esperando Godot" e “Terror e Misérias do III Reich”, às 20h30. A primeira peça, sob a direção de Dalila Ribeiro, conta a história de Marly Marlene, única herdeira da Tribobó Farm (Fazenda Tribobó). Ela é sequestrada por bandidos que colocam uma impostora em seu lugar. A intenção dos marginais é tomar posse das terras e do ouro existentes ali. A pacata Tribobó City será o cenário de um duelo: o Mocinho de Souza e seu fiel amigo, El Mexicano, contra o prefeito e seus cúmplices.

A peça "Esperando Godot" foi escrita originalmente em francês, durante apenas quatro meses (de outubro de 1948 a janeiro de 1949). "En attendant Godot" foi para Beckett o escape da "horrível prosa" a qual vinha trabalhando sem êxito. Encenada pela primeira vez em 1953, no Teatro Babilônia, a recepção do público foi repleta da sensação de estranhamento. Reza a lenda que metade das pessoas que ocupavam os 200 lugares do teatro saíram nos primeiros 30 minutos da peça. A peça, porém, foi um sucesso instantâneo, programada para ser encenada trinta vezes, permaneceu em cartaz por aproximadamente 400 apresentações.

“Terror e Miséria do III Reich”, sob a direção de Carlos Ribeiro, foi escrita pelo dramaturgo alemão Bertolt Brecht entre 1935 e 1938, em seu exílio na Dinamarca, fugindo da perseguição nazista. Brecht fez uso de recortes de jornal, notícia recebida da resistência via rádio para escrever os vinte e quatro quadros que compõe a peça original. É um panorama da sociedade alemã sob o domínio nazista. A peça começa no dia 30 de janeiro de 1933, data em que Adolf Hitler é empossado como chanceler da Alemanha e termina no dia 13 de março de 1938, quando Hitler entra em Viena, anexando a Áustria ao Reich. Para a presente montagem, foram selecionada nove cenas da peça. “Mais do que retratar um período mergulhado em equívocos, Brecht nos força a enxergar a decadência de toda uma sociedade, sufocada pelo terror”, explicou o diretor.

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