terça-feira, 20 de maio de 2014

Casas são interditadas após afundamento de rua em Tatuí

Moradores alegam que problemas começaram após obras da Sabesp.
Concessionária de água afirma que aguarda conclusão dos laudos técnicos.



Do G1 Itapetininga e Região - Três casas que ficam na Rua Roque Bueno de Campos, no Jardim Gonzaga, em Tatuí (SP), estão interditadas desde o último domingo (18). Após afundamento no asfalto durante o fim de semana, os imóveis foram tomados por rachaduras que atravessam as paredes. A Defesa Civil esteve no local e pediu a desocupação das residências.
Rachaduras tomam conta das casas (Foto: Carlos Alberto Soares / TV TEM)

Com a interdição, os moradores estão abrigados em casas de parentes. Segundo os donos das residências afetadas, o problema começou após o afundamento de parte do asfalto. No domingo, uma cratera se abriu no meio da via e um caminhão foi praticamente ‘engolido’ pelo buraco. A suspeita é de infiltração. Eles ligaram para a Sabesp que teria enviado uma equipe até o local. A Defesa Civil também foi chamada.

Ainda de acordo com os moradores, as alterações começaram após esse afundamento. Já a cratera, por sua vez, ocorreu depois de obras realizadas na rua pela equipe da companhia de água e esgoto, a Sabesp.

Grávida de oito meses e meio, a balconista Nivalda Maciel, que mora em um dos imóveis, está preocupada. Mãe de outras três meninas, diz que está desesperada porque não consegue entrar na casa. Nervosa, chegou a passar mal e teve que ser levada ao hospital, além de quase ficar sem conseguir falar devido a uma rouquidão. “Já fui à maternidade três vezes achando que minha filha iria nascer, mas é sintoma do nervoso. Até a minha voz está assim, quase sem sair, de tanto nervoso”, comenta.
Problemas começaram após afundamento do asfalto (Foto: TEM Você / Willian Rodrigues)

Em uma das casas, estacas de madeira sustentam a parede e as frestas estão por todos os lados. Até mesmo o portão não fecha devido aos danos na estrutura. Em outra casa, o muro caiu e todos os cômodos apresentam problemas. Já a situação mais crítica, segundo os moradores, ocorre em um sobrado. Eles estão assustados e acreditam que o imóvel pode desabar, pois a todo o momento é possível ouvir estalos das paredes que estão abrindo.

De acordo com a mãe de Nivalda, a dona de casa Maria Aparecida Maciel, a situação está deixando todos com medo. “É uma preocupação constante. Tenho três netas, além da outra que está para nascer a qualquer momento. Por isso, a gente fica preocupada e nem dorme direito”, ressalta.

Segundo os moradores, a situação mais crítica é em um sobrado. Os estalos são ouvidos a todo o momento por causa das rachaduras. Como estão proibidos de entrar nas casas, eles não conseguem tirar nada lá de dentro.

Os moradores pedem para que seja tomada uma solução o mais rapidamente possível. Ainda segundo eles, há confronto de informações sobre os riscos dos imóveis. O comerciante José César Maciel conta que a Defesa Civil proibiu a moradia nas residências. Por outro lado, um técnico da Sabesp afirmou que eles podem ficar nas casas. “Veio um técnico da Sabesp e tirou fotos. Perguntamos para ele se havia possibilidade da gente voltar a morar nas casas e ele disse que poderíamos ficar sim porque não tinha como a casa cair. Só que o engenheiro da Defesa Civil havia proibido. A Defesa interdita, mas o técnico fala que podemos entrar. Agora fica o impasse”, comenta.
Cratera foi fechada pela Sabesp (Foto: Carlos Alberto Soares / TV TEM)

Outra moradora, a operadora de produção Graziela Ventura também reclama desse conflito. “Todas as casas estão com rachaduras, mas aí chega o pessoal da Sabesp e fala que a gente pode entrar. Ele ainda disse que quando víssemos que ia cair, era para dar um aviso. Como a gente vai dormir sabendo que a casa vai cair?”, questiona a moradora.

A Defesa Civil de Tatuí informou por meio de nota que foi acionada no domingo para averiguar possíveis problemas nos imóveis por conta das obras de implantação de tubulação de água e esgoto da Sabesp. O engenheiro civil responsável pela inspeção concluiu que duas casas sofreram fissuras, determinou a interdição de alguns cômodos, e sugeriu aos moradores reforço nas estruturas das casas.

Já a Sabesp esclarece que não há obras da companhia no endereço apontado e que no último domingo foi feito reparo na ligação domiciliar de água dos imóveis de números 14 e 18 da rua, após reclamação de falta de água feita pelo cliente à central de atendimento da companhia. O serviço foi concluído no mesmo dia e o abastecimento, normalizado. Disse ainda que havia faltado apenas a reposição do asfalto, que deve ser feita esta semana.

Em relação às rachaduras nas casas, a Sabesp informou que fez uma vistoria nos imóveis ontem, mas que não autorizou a entrada dos moradores. A companhia aguarda conclusão dos laudos técnicos para definir se haverá ressarcimento ou não.
Três casas afetadas foram interditadas (Foto: Carlos Alberto Soares / TV TEM)

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