domingo, 3 de novembro de 2013

Conservatório de Tatuí apresenta ópera ‘Bastião e Bastiana’, de Mozart

ÓPERA - O Conservatório de Tatuí apresenta três récitas da ópera “Bastião e Bastiana”, de W. A. Mozart, nos próximos dias 8, 9 e 20 de novembro. As apresentações são resultado de criação coletiva do Núcleo de Ópera e trazem uma versão moderna e divertida da ópera composta em 1768. As apresentações serão às 20h30 nos dias 8 e 9 de novembro (sexta e sábado), no Teatro Procópio Ferreira, e às 19h do dia 20 de novembro (quarta-feira), no Auditório da Unidade 2.

A ópera “Bastião e Bastiana” vem sendo trabalhada pelo Núcleo de Ópera do Conservatório de Tatuí desde o mês de maio. Escrita por Mozart quando ele tinha 12 anos de idade, a ópera foi, originalmente, baseada no intermezzo de J. J. Rousseau (1712-1778), “Le Devin Du Village”(1752). A adaptação do Núcleo de Ópera do Conservatório de Tatuí adota um contexto moderno e com diálogos adaptados para uma linguagem atualizada. São três personagens principais: Bastiana, Bastião e Dr. Colas.

A história inicia-se com Bastiana indo ao consultório do famoso psiquiatra Dr. Colas na intenção de conseguir sanar a dor que sente em seu coração, devido à traição de seu amado Bastião. No entanto, Dr. Colas ao ver a moça apaixona-se subitamente pela sua beleza, e então o conflito já está formado.

A seleção do elenco aconteceu em junho e reuniu alunos da área de canto que desejavam participar da experiência. “Todos os alunos, motivados pela oportunidade, mostraram um crescimento considerável em relação à qualidade vocal e postura cênica. Optou-se em escolher dois elencos, um destinado à apresentação no Teatro Procópio Ferreira e outra no Auditório da Unidade II”, explicou a professora.
O elenco off-stage atua como coadjuvantes nas apresentações em que não interpretam as suas respectivas personagens, em um processo que envolve sempre a todos.

A produção é reflexo do sucesso da montagem produzida pelo Conservatório de Tatuí da ópera “Orfeo ed Euridice” em 2012, e tendo em vista a vivência dos participantes. “A partir da vivência que todos que estiveram envolvidos ganharam, professores e coordenação da área de canto lírico decidiram que estas produções não poderiam parar. Em um esforço conjunto, nos preparamos para uma nova empreitada”, diz a professora Cristine Bello Guse, uma das coordenadoras do projeto.

A ópera “Bastião e Bastiana” traz, no elenco, Thais Azevedo e Merlise Moreira (sopranos), Josué Costa e Paulo Lanine (tenores) e Roger Camargo e Luís Bernardo Trindade (baixo-barítonos). O elenco é acompanhado ao piano por Bruna Antunes. A direção geral é de Cristine Bello Guse, que divide a direção cênica com Cadmo Fausto. A direção musical é de Cadmo Fausto, Cristine Bello Guse e Marilane Bousquet. Marcos Nascimento é assistente de direção e assina a produção, enquanto Marilane Bousquet assina a preparação vocal. Também participam da montagem Jaime Pinheiro (cenografia), Dalila Ribeiro (maquiagem), Marcos Caresia (iluminação) e Carlos Alberto Agostinho (figurinos). A produção conta ainda com apoio do restaurante Ópera Mix.

Processo de criação

A montagem é realizada de forma diferenciada neste ano, a partir da criação coletiva, o que envolve a administração de todos os elementos que compõem uma das mais complicadas formas de espetáculo, a ópera: música, teatro, canto, dança, orquestra, figurinos, cenário, adereços, luz, ingressos, programas. “A montagem de uma ópera exige a colaboração de uma série de profissionais de diferentes áreas artísticas em uma experiência cooperativa que vai desde a preparação do elenco e criação das cenas até a efetiva realização do evento. Do ponto de vista didático, a participação em uma produção operística traz um amadurecimento geral em relação à vida profissional, tanto para os performers quanto para os que conduzem o espetáculo. Cada apresentação é única em relação as suas particularidades, exigindo sempre atenção, flexibilidade e disponibilidade de ação”, destaca a professora.

Para os artistas que interpretam as personagens, o desafio recai sobre a complexa tarefa de encontrar relações entre as ações da cena e a música da partitura, transformar os discursos cantados e rigorosamente escritos em ritmos e melodias fixadas em diálogos verdadeiramente espontâneos. Há também a exigência de se desenvolver uma coordenação física entre o ato de cantar em uma emissão a qual a ressonância do próprio corpo é o amplificador do som e mover-se livremente agindo e reagindo às situações da cena. Junto a isso, os títulos operísticos em sua maioria são apresentados em seu idioma original, tendo o performer que lidar com a fonética e a estrutura semântica diferentes de sua língua materna em mais um desafio para a expressividade da performance.

Para os diretores, a problemática incide na criação do espetáculo e na condução da própria realização das cenas por parte do elenco. É preciso entender que na ópera a música é dramática, desenha a ação e reação das personagens. A cena precisa justificar a música, bem como a música deve valorizar a cena. Mais difícil do que criar cenas que se imbriquem com a música é tecer uma comunicação clara e objetiva com o elenco de forma a explicar “o que” fazer e “como”fazer. “Encontrar soluções para as dificuldades imanentes ao ato de cantar-atuar e motivar os artistas a executarem sutilezas que a representação da vida humana no palco exige são tarefas que demandam concentração e sensibilidade por parte daqueles que lideram o elenco”, diz a professora. “Poderíamos listar mais uma porção de desafios próprios ao processo de criação e realização de um espetáculo operístico, envolvendo também os outros profissionais de cenário, figurino e iluminação entre outros. A produção de uma ópera é um exercício de união de forças, de contribuição de cada parte envolvida funcionando em constante sinergia. O espetáculo de ópera exige uma equipe alinhada e eficiente em direção a um único objetivo.”

SERVIÇO
Ópera Bastião e Bastiana
Dias 8 e 9 de Novembro – Sexta-feira e Sábado
Thais Azevedo (soprano), Josué Costa (tenor) e Roger Camargo (baixo-barítono)
Cristine Bello Guse, direção geral
20h30 - Teatro Procópio Ferreira
Rua São Bento, 415 – Centro
Entrada franca

Dia 20 de Novembro – Quarta-feira
19h00 . Auditório da Unidade 2
Rua São Bento, 808
Entrada franca

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