domingo, 24 de novembro de 2013

crônica: MADRUGADAS

Juliana M. (*)

Chorei. Chorei como uma criança desolada e infeliz. Abafei os soluços contra a almofada e tentei, chorando, desabafar todos os meus desgostos.

Levantei-me cambaleante, abri o guarda-roupa e encarei, no espelho, o meu rosto que enrubescera com tudo aquilo. Os olhos, inchados e vermelhos, tinham um aspecto tão tolo que não pude descartar o desejo de rir da minha própria situação. E assim o fiz, ri com a voz trêmula de uma tristeza. Uma tristeza que se dissipava cada vez mais em meio a um riso triste e bobo; uma risada que debochava da própria infelicidade que me apoderara a mente.

Enxugando as bochechas molhadas pelas lágrimas com o pulso, lembrei-me de um samba antigo e triste, que logo murmurei com uma voz que alternava entre choro e riso:

— E fitando ao espelho, vi os meus olhos vermelhos. Percebi que a vida que eu vivi foi ilusão...


(*) Juliana M tem 12 anos, estudante, reside em Tatuí e é dona da página  https://www.facebook.com/Fruhlings do Facebook, onde posta seus textos.

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