quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Perícia volta e recolhe cápsula onde empresário morreu baleado por policiais civis à paisana

Cápsula foi recolhida e será periciada, segundo a SSP. Sete policiais civis estavam à paisana durante operação, quando abordaram Vicente Antônio Júnior em frente de sua propriedade rural, em Tatuí.

Por G1 Itapetininga e Região, com edição do DT

13/12/2018 | A Polícia Civil ainda investiga a morte do empresário Vicente Antônio Júnior, de 33 anos, que morreu após ser baleado por policiais civis à paisana perto do seu sítio, no bairro rural Água Branca.

Uma equipe de perícia técnica voltou no local onde a vítima foi baleada após o primo de Vicente encontrar uma cápsula de arma de fogo no chão, ao lado de onde o crime foi registrado.

"Eu quis ver onde o carro do Júnior estava para tentar entender. Preciso saber onde o carro estava porque vamos contratar advogado. Quando estávamos lá, encontramos a cápsula no chão", afirma Anderson Rodrigues Elias.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), peritos estiveram no local na terça-feira (11) e recolheram a cápsula. Ainda de acordo com o órgão, a cápsula vai passar por perícia e o caso segue sendo investigado pela corregedoria da Polícia Civil.

Uma missa em homenagem ao empresário foi realizada no Santuário São Judas Tadeu, em Tatuí, na noite desta quarta-feira (12). Logo no início da celebração o padre ofereceu a missa ao empresário e depois falou sobre a importância de acolher pessoas que passam pela dor de perder uma pessoa querida. A família de Júnior foi aplaudida de pé pelos fiéis.


Missa é realizada em homenagem a empresário que morreu Perícia recolhe cápsula após voltar ao local onde empresário morreu baleado por policiais civis à paisana em Tatuí — Foto: Reprodução/TV TEM

Homicídio

O caso foi registrado no dia 4 de dezembro. O empresário, acompanhado de um funcionário e do filho do empregado, já estava em frente a porteira do sítio que costumava frequentar na estrada do Água Branca quando foi abordado.

Sete policiais civis, entre delegados e investigadores, estavam à paisana realizando uma operação quando se aproximaram em carros não identificados.

Eles teriam avisado que eram da Polícia Civil, mas contaram que foram recebidos com tiros e reagiram.

O motorista Vicente Antonio Elias Júnior, de 33 anos, teria dado ré, atingindo a viatura da polícia e depois capotou. Apenas o empresário foi atingido e acabou morrendo.


Família de empresário morto por policiais civis à paisana nega troca de tiros em Tatuí

Respostas

A família ainda busca por respostas pela morte do empresário. Em entrevista à TV TEM, a irmã de Vicente, Mariah Roberta Camargo Elias, afirmou que as testemunhas disseram que não houve troca de tiros.

"A versão do que aconteceu realmente pelas testemunhas é totalmente diferente. Não teve troca de tiros. Eles estavam indo para o sítio. Na estrada o Júnior viu três carros seguindo ele e falou que tinham três carros seguindo. A testemunha achou estranho", diz.

Chegaram na porteira do sítio. Ele dirigindo. A testemunha saiu do carro para abrir a porteira e nisso aconteceu uma confusão. Ele não ouviu tiro e ele disse que não viu o Junior atirar", ressalta Mariah.


Homem morre durante troca de tiros com a polícia em estrada de terra em Tatuí — Foto: Adolfo Lima/TV TEM

No carro, junto com o empresário, estavam um prestador de serviços da cerâmica da família e um adolescente, filho desse funcionário. Segundo a irmã, o rapaz que estava com Vicente afirmou que o empresário se assustou e deu ré. Foi então que começaram os tiros.

"Ele contou que o carro estava na porteira e eles abordaram o carro. E o Júnior se assustou, deu ré e começaram a atirar nele muito. Aí o carro capotou. Durante toda essa confusão, o Júnior ficou na frente do menino que estava dentro. Ele ainda conseguiu proteger o menino. Ele conseguiu ser o que sempre foi, quis ajudar o menino porque nem levou uma bala. Ele levou um monte de bala no corpo", afirma emocionada.

De acordo com a irmã, nos próximos dias um escritório de advocacia e peritos particulares, de outros estados, vão ser contratados pra acompanhar o caso.

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