quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Arnesto, do samba de Adoriran Barbosa e Nicola Caporrino, morre em SP

“O Arnesto nos convidou pro samba, ele mora no Brás. Nós fumo e não encontremo ninguém. Nóis vortemo cuma baita de uma reiva. Da outra vez nóis não vai mais.” Esses são os primeiros versos do “Samba do Arnesto”, do tradicional sambista Adoniran Barbosa, em parceria com o paulistano-tatuiano Nicola Caporrino (Alocin), lançado em 1953.

Apesar de já ter relatado por inúmeras vezes que não fez samba nenhum e muito menos deixou de convidar Adoniran, foi ele mesmo quem inspirou a música. Seu nome verdadeiro não é Arnesto, e sim Ernesto Paulelli. De tanto corrigir Adoniran, que insistia em o chamar por Arnesto, o sambista resolveu compor a canção em sua homenagem. “Se não tem mancada, não tem samba, Arnesto!”, disse Adoniran, na época, ao homenageado. Morador da Mooca, Ernesto Paulelli era violonista e chegou a tocar nas rádios na década de 30, época em que conheceu Adoniran.

Em 25 de abril de 2010, a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo promoveu um evento para homenagear o centenário de nascimento de Adoniran. E o Arnesto não foi convidado. Reportagem publicada dois dias antes no jornal “O Estado de S. Paulo”, assinada por Edison Veiga, observou a injustiça. Coincidência – ou não -, depois da reportagem, o Arnesto foi convidado. E cantou a música que o imortalizou no Parque do Ibirapuera. O velório do inspirador da música de Adoniran Barbosa será realizado nesta quinta-feira (27), no Cemitério do Araçá, a partir das 19h30.

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