domingo, 11 de setembro de 2011

Tatuiana está entre 42 selecionados do país para Maratona de Química

Foto: Cristiano Mota/O Progresso de Tatuí

Ana B. Catel, do Bem-Me-Quer/Positivo, participará de prova em outubro

A tatuiana Ana Beatriz Catel (na foto com o professor Carlos Domingues), mais uma vez, representará Tatuí em evento voltado à química. A aluna do 3o ano do ensino fundamental do Colégio Bem-Me-Quer/Positivo está entre os 42 estudantes selecionados, de todo o país, para participar de maratona que acontece em outubro, dentro do 51o Congresso Brasileiro de Química. O evento tem como objetivo abrir perspectivas de aplicabilidade dos fenômenos químicos e despertar o interesse sobre a matéria.

“Bia”, como é conhecida entre os colegas e professores, teve redação aprovada pela comissão que avalia os trabalhos neste mês. A divulgação dos selecionados aconteceu no domingo, 4. A redação foi apresentada no final de junho, sob a supervisão crítica do professor da disciplina, Carlos Domingues. Com isso, ela conquistou o direito de participar, em São Luís, no Maranhão, da XIX Maratona de Química. “Eu já havia sido selecionada, no ano passado, mas com um tema diferente”, comentou.

A maratona reúne estudantes de todo o país em uma “bateria de atividades”. A competição é composta por três provas, com 20 minutos de duração cada uma, e por palestras. No ano passado, Bia obteve o primeiro lugar, quando esteve na cidade de Cuiabá, no Estado do Mato Grosso, e ganhou R$ 600 como prêmio. “Neste ano, estou tentando ganhar, novamente”, disse.

Na redação, Bia concentrou-se em escrever sobre o tema “Meio Ambiente e Energia”, proposto pela organização. “Como meu professor estuda e trabalha nessa área da química, então ficou mais fácil”, contou.

A estudante, familiarizada com o orientador – Domingues já havia acompanhado a aluna no ano passado –, disse que a única dificuldade que teve foi condensar o assunto em uma única página. “Meu maior problema foi reduzir, concentrar tudo numa página só”, adicionou.

A revisão da redação ficou a cargo da professora de português Fernanda Junqueira, que também orienta alunos que participam de outras competições e concursos. A educadora ajudou Bia a formatar sua redação. “Sempre existem regras, como tipo e tamanho de letra, que precisam ser vistos”, disse.

Para formular a redação, a estudante fez uso de materiais complementares, cedidos pelo educador, e dos assuntos discutidos em sala de aula. “Eu já tinha algum conhecimento sobre o tema, o que tornou tudo mais fácil”, disse a aluna. Bia focou seu trabalho em descrever o uso de fontes alternativas de energia, como a eólica (obtida a partir do vento), entre outras. “Eu também falei um pouco sobre a desvantagem de utilização de combustíveis fósseis (gasolina, principalmente)”, argumentou a estudante.

Além da redação, o aluno vencedor precisa ser bom em exatas, já que as provas consistem na resolução de problemas de química. Bia, que conhece as etapas, disse estar confiante no desafio. “Desde o ano retrasado, quando o professor nos propôs participar de eventos, eu me interessei pelo tema. Acho que tenho facilidade em escrever e resolver questões, mas tem muitas pessoas que têm medo, ou simplesmente não gostam de humanas, e acham que não conseguem conciliar as duas etapas e ficam fora da maratona”, disse.

O bloqueio, apesar de comum, acaba restringindo o aluno, de acordo com o professor. Segundo Domingues, a redação e as soluções de questões devem ser encaradas como mais um desafio. “Não vejo isso como uma dificuldade, mas como um bloqueio pessoal, uma barreira a ser vencida, até porque, o aluno que vai avançar nos estudos tem de fazer um vestibular”, comentou.

Para o educador, a maratona permite não só incentivar o estudo da química, mas divulgar o que está sendo pesquisado. “Em um país como o nosso, em que um evento desse não tem tanta notoriedade (por parte da mídia), como um futebol, ele é fantástico”, disse.

Mais que a divulgação da química enquanto ciência, e sua contribuição para a vida das pessoas, Domingues afirmou que a maratona motiva o estudo da disciplina e desmistifica a matéria. “Ainda existe um certo preconceito, de alunos de fora que não participam, de que isso é para “nerds”. Mas isso me causa estranheza, porque o conhecimento deveria ser valorizado e não tratado de forma pejorativa”, argumentou o professor de química.

Domingues disse, ainda, que a premiação aos vencedores do concurso (1o, 2o e 3o lugares), apesar de não ser o objetivo principal da XIX Maratona de Química, é um incentivo aos estudantes. “Uma forma de premiar o conhecimento num país onde se premia uma série de coisas, inclusive, até corrupção, premiar o conhecimento é válido. Ainda que o prêmio seja pequeno, o valor simbólico que ele carrega representa muito mais”, concluiu.


Transcrito do jornal O Progresso de Tatuí, edição 5548, de 11.09.2011

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