sábado, 27 de junho de 2020

Desenho de estudante de Guareí será usado em troféu para etapa brasileira em concurso internacional

Desenho de estudante de Guareí (SP) será troféu da etapa nacional do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo, na Suécia. Kauany e Gabriela foram finalistas no prêmio com projeto de tratamento de água.

Por Ana Guedes*, G1 Itapetininga e Região, com edição do DT

Desenho de moradora de Guareí vira troféu da etapa nacional do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo — Foto: Arquivo Pessoal

27/06/2020 | O desenho de uma moradora de Guareí (SP) será transformado em um troféu que vai representar a etapa nacional do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo, que é destinado a jovens de todo o mundo e tem o objetivo de incentivar a criação de projetos relacionados à água e à sustentabilidade.

O desenho conta com uma gota de água sobre a figura do Brasil e foi feito por Kauany Melissa Neves da Silva, de 17 anos, estudante do Instituto Federal de Itapetininga (SP), durante a participação no prêmio com a colega Gabriela Beatriz Lima Santos.

“Como o mapa do Brasil ficou bem aparente, de fato é para que quem ganhasse o troféu soubesse que teve a responsabilidade de ser o representante de todo o Brasil nesse concurso”, explica Kauany.

De acordo com a estudante, embora cada uma das equipes tenha apresentado um projeto, a ideia do desenho foi pensada para representar todos os participantes. “O importante era saber que estava representando o Brasil”.

A criação do desenho foi opcional aos participantes na etapa do concurso em que as estudantes foram finalistas com o projeto “Tratamento de água de baixo custo para comunidades tradicionais”, sob orientação da professora Adriana Marques.

O projeto foi criado no início deste ano e demorou cerca de duas semanas para ser concluído. Ao G1, Kauany contou que o pai foi um fator significativo para se inspirar.

Protótipo do projeto “Tratamento de água de baixo custo para comunidades tradicionais” criado pelas alunas do campus de Itapetininga do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) — Foto: Arquivo Pessoal

“Quando fizemos a inscrição para o Jovem da Água de Estocolmo ficamos bem perdidas em relação ao projeto, mas me lembrei do ionizador que meu pai tinha feito e estava na piscina de casa”, explica.

“Quando eu e Gabriela contamos para nossa orientadora sobre o ionizador, ela imediatamente teve a ideia de colocar isso para tratar a água de comunidades que não tem acesso à água potável.”

A estudante Gabriela Beatriz Lima Santos é uma das criadoras do projeto 'Tratamento de água de baixo custo para comunidades tradicionais' — Foto: Arquivo Pessoal

Para executar o projeto, foi necessário dividi-lo em duas etapas por causa da pandemia da Covid-19, segundo Gabriela, de 17 anos. Então, as discussões sobre o trabalho foram feitas por ligações e videochamadas.

“Foi um pouco mais trabalhoso, pois o trabalho foi dividido entre a gente e ficamos limitadas para conseguir concluir tudo”, conta.

Em entrevista ao G1, a professora Adriana contou que propôs o desafio às meninas e ajudou a lapidar a ideia.

"Quanto ao Prêmio Jovem da Água de Estocolmo, as meninas são excelentes. Eu propus o desafio e disse que tínhamos que trabalhar para comunidades em vulnerabilidade. Elas trouxeram a ideia inicial e, juntas, lapidamos até chegar ao protótipo final."

Objetivo

O projeto tem como objetivo inicial enviar os protótipos às comunidades quilombolas e, depois que os testes forem realizados, encaminhar para outros lugares e ajudar outras pessoas que não têm água potável.

“Sabemos da grande dificuldade para que comunidades carentes tenham água potável, até porque as condições são muito baixas em alguns lugares, mas com a nossa invenção podemos ajudar um pouco essas famílias”, conta Gabriela.

Para a professora Adriana, a criação sugere que, mesmo sem verba para pesquisa, é preciso trabalhar para criar projetos que ofereçam melhorias às populações mais vulneráveis.

“Estou bem feliz. Independentemente do resultado, saber que agora a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) e todos os patrocinadores sabem onde fica Itapetininga e Guareí, eu me sinto orgulhosa. A educação transforma."

Para as meninas, a experiência foi emocionante e a sensação de ter um projeto finalista foi inexplicável.

“Nem passou pelas nossas cabeças em chegar na final, fizemos a inscrição sem esperança nenhuma”, diz Gabriela. "Foi uma experiência maravilhosa e muito emocionante mesmo. Quando fizemos a inscrição não acreditávamos que poderíamos chegar até a final. Não vencemos o concurso, mas participar e ter nosso projeto finalista foi sim uma vitória”, conta Kauany.

Estudantes de Guareí são finalistas na etapa nacional do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo — Foto: Arquivo Pessoal

*Colaborou sob supervisão de Heloísa Casonato

Nenhum comentário:

Postar um comentário