sábado, 24 de novembro de 2012

Resultados da BRF - Brasil Foods pioram


Síntese do mau momento vivido pelas processadoras de aves e suínos, a BRF - Brasil Foods viu sua margem Ebitda do terceiro trimestre cair 3,6 pontos percentuais na comparação anual, para 7,9%. Foi a pior variação entre os frigoríficos de capital aberto na mesma base de comparação.

Do ponto de vista operacional, a BRF é o extremo oposto da Minerva Foods, que trabalha somente com carne bovina. Com atuação praticamente restrita a frango e suíno, a empresa resultante da incorporação da Sadia pela Perdigão não pode contar com o momento mais favorável à produção de carne bovina no Brasil para segurar os resultados apresentados do terceiro trimestre, a exemplo do que fez a Marfrig (ver matéria acima). A BRF tem uma operação acanhada de carne bovina, apenas para atender sua produção de hambúrgueres.

No segmento de aves e suínos, a BRF sofreu em duas pontas. No lado da produção, a empresa viu os preços do farelo de soja mais que dobrarem no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. Já os preços do milho no Brasil subiram 12,1% no período, segundo a companhia.

A deterioração das exportações de carne de frango foi o outro foco de pressão sobre a BRF. Principal exportadora brasileira do produto, a empresa viu seus embarques de carne de frango caírem 3,5% na comparação com o terceiro trimestre de 2011, para 935 mil toneladas. Desde o fim do ano passado, a BRF se ressente dos elevados estoques do produto no Oriente Médio e no Japão, seus dois maiores mercados.

Com menor geração de caixa, o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) da BRF subiu para 2,76 vezes no fim do terceiro trimestre, ante 2,57 vezes no trimestre imediatamente anterior. Mesmo assim, é um índice mais confortável entre os frigoríficos listados na BMF&Bovespa.

Também pesa a favor da BRF a comparação com sua principal rival, a Seara Foods - divisão de aves, suínos e alimentos processados da Marfrig -, que registrou uma margem Ebitda de 7% no terceiro trimestre, inferior aos 7,9% da BRF. (LHM e GFJ).
Fonte: Valor Econômico

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