Por Diogo Del Cistia, g1 Itapetininga e Região com copidesque do DT
![]() |
| O empresário Milton de Oliveira Júnior — Foto: Reprodução |
23/12/2025 07h21 | O empresário Milton de Oliveira Júnior, ex-candidato à Prefeitura de Itapetininga (SP) nas eleições municipais de 2024, assinou um acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR) após ter admitido financiar o golpe antidemocrático de 8 de janeiro de 2023, em Brasília (DF).
O acordo foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e assinado pelo Ministro Alexandre de Moraes em 29 de setembro deste ano. O documento, denominado Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), autoriza que o Ministério Público (MP) possa propor o cumprimento de condições em troca da não instauração de um processo penal.
O g1 obteve acesso ao acordo, que só pode ser homologado em casos de crimes não violentos e com pena mínima inferior a quatro anos. Nele, é descrito que Milton Júnior se comprometeu a cumprir com diversas exigências caso o MP opte pelo acordo. Veja a lista completa:
- Prestação de serviços à comunidade por 150 horas;
- Prestação pecuniária de R$ 5 mil;
- Proibição de participação em redes sociais abertas até o término das obrigações;
- Participar de cursos temáticos envolvendo democracia e golpe de Estado;
- Não ser processado por outro crime;
- Declarar que não está envolvido em nenhum outro ANPP nos últimos cinco anos.
O empresário foi denunciado por associação criminosa armada, abolição violenta do estado democrático de direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.
"Saliente-se, ainda, que, na presente hipótese, o acordo de não persecução penal é medida suficiente, necessária e proporcional à reprovação e prevenção do crime, pois, dentre as condições propostas, estão a prestação de serviços; proibição de participação em redes sociais até a extinção da execução das condições do acordo e a participação em curso sobre Democracia", diz o ministro.
À reportagem, Milton Júnior afirma que a PGR rejeitou cinco das sete denúncias que lhe envolvem. Nas duas restantes, o empresário diz que aceitou o acordo proposto e que não possui nenhuma condenação em trânsito julgado.
Relembre o caso
Uma ação da Polícia Federal, em junho de 2023, buscou identificar o financiador dos atos registrados no dia 8 de janeiro, em Brasília, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF foram invadidos por bolsonaristas radicais que promoveram violência e dano generalizado contra prédios dos Três Poderes.
De acordo com a PF, os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos endereços do empresário. As diligências foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal.
Milton de Oliveira Junior é radialista e, em 2016, ele começou, com outro empresário, a montar a emissora de rádio que se filiou à rede Jovem Pan.
"Saliente-se, ainda, que, na presente hipótese, o acordo de não persecução penal é medida suficiente, necessária e proporcional à reprovação e prevenção do crime, pois, dentre as condições propostas, estão a prestação de serviços; proibição de participação em redes sociais até a extinção da execução das condições do acordo e a participação em curso sobre Democracia", diz o ministro.
À reportagem, Milton Júnior afirma que a PGR rejeitou cinco das sete denúncias que lhe envolvem. Nas duas restantes, o empresário diz que aceitou o acordo proposto e que não possui nenhuma condenação em trânsito julgado.
Relembre o caso
Uma ação da Polícia Federal, em junho de 2023, buscou identificar o financiador dos atos registrados no dia 8 de janeiro, em Brasília, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF foram invadidos por bolsonaristas radicais que promoveram violência e dano generalizado contra prédios dos Três Poderes.
De acordo com a PF, os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos endereços do empresário. As diligências foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal.
Milton de Oliveira Junior é radialista e, em 2016, ele começou, com outro empresário, a montar a emissora de rádio que se filiou à rede Jovem Pan.
Em abril de 2024, durante o jornal na emissora de rádio dele, na época, afiliada da rede Jovem Pan, revelou que financiou bolsonaristas que participaram de atos golpistas em Brasília.
O empresário se candidatou à Prefeitura de Itapetininga nas eleições municipais do mesmo ano pelo Partido Liberal (PL), no entanto, acabou perdendo a disputa para Jeferson Brun (Republicanos). Milton também é réu em um processo que apura falsas ameaças de facção durante as eleições.
Durante a transmissão ao vivo, em 20 de abril, Milton afirmou que financiou "alguns patriotas a irem para Brasília". Ao vivo no programa "Manhã da Pan", o radialista comentou que não tinha medo de seus atos e desafiou com um "que eu seja preso".
A fala do radialista foi direcionada à ex-prefeita de Itapetininga e atual deputada federal Simone Marquetto (MDB-SP), depois que a parlamentar deu uma entrevista sobre o assunto.
“Eu contribuí, deputada. Entrego o recibo pra senhora. Não tenho medo de assumir o que eu faço. Se eu tiver que ser preso porque ajudei alguns patriotas a irem para Brasília fazer protestos, que eu seja preso, não há problema nenhum“, disse.
No dia 20 de abril, a Jovem Pan anunciou o rompimento do contrato com a afiliada de Itapetininga. "A Jovem Pan esclarece que o empresário Milton Oliveira não faz mais parte do grupo de afiliados da Rede Jovem Pan. O contrato com a DPV Limitada, empresa que administrava a Jovem Pan Itapetininga, foi rompido na tarde de 20 de abril deste ano, mesma data em que o radialista usou o espaço da programação local da afiliada para manifestar apoio aos atos criminosos de 8 de Janeiro e para declarar ter apoiado financeiramente os protestos que levaram à depredação em Brasília", publicou a emissora nesta terça-feira, após operação da PF.
"A referida emissora exibiu conteúdo em sua programação e nas plataformas digitais que expõe a marca da Jovem Pan e viola cláusulas contratuais que têm como objetivo a preservação da marca e a reputação da Jovem Pan enquanto empresa de comunicação. A rede Jovem Pan SAT tem como premissa que as emissoras afiliadas, ainda que responsáveis pelo conteúdo que geram regionalmente, devem refletir os princípios e valores que o Grupo Jovem Pan defende há 80 anos", informou o grupo.
"Quando essa postura não é observada, gerando prejuízo para a Jovem Pan enquanto instituição, nos obrigamos a adotar as medidas legais cabíveis com o rigor necessário. O Grupo Jovem Pan esclarece ainda que não apoia a conduta dos administradores da produtora DPV Limitada e dos demais integrantes do programa que levou à exclusão do grupo de afiliadas Jovem Pan", completou.
A rádio continua funcionando, porém, como emissora local.
Para ver a matéria original, clique aqui.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/k/c/QeDuVsQqiOGCgpSPyXaA/fotojet-2023-06-27t085542.913.jpg)
Nenhum comentário:
Postar um comentário