terça-feira, 25 de junho de 2013

Andarilho sem identidade recebe alta em Tatuí, mas não tem para onde ir

Do G1 Itapetininga e Região

Mesmo depois de receber alta hospitalar, o andarilho atropelado em Cesário Lange continua na Santa Casa de Tatuí. O homem, que não consegue se lembrar da própria identidade e de onde veio, recebeu a liberação médica na quinta-feira 20, mas sem ter para onde ir e precisando de cuidados, é mantido no hospital.

O andarilho foi vítima de atropelamento em 26 de abril em Cesário Lange e ficou internado no Hospital Beneficência Hospital da cidade. Com o acidente, ele fraturou a tíbia da perna direita, um osso que fica abaixo do joelho, e precisou passar por cirurgia. A falta de identidade foi um dos fatores que levou o paciente a ficar mais de 40 dias aguardando vaga para o procedimento, já que o hospital não tinha estrutura para a cirurgia de alta complexidade.

O caso do andarilho sem identificação foi mostrado em reportagem da TV TEM e publicado pelo G1 Itapetininga e Região no último 5 de junho. De acordo com o diretor clínico do hospital de Cesário Lange, Orley Alceu Camargo, que também é diretor técnico da Santa Casa de Tatuí, o paciente conseguiu transferência depois da reportagem. “Depois da reportagem inicial, aconteceu o seguinte: a Central de Regulação de Oferta de Serviço de Saúde (CROSS) encaminhou novamente o paciente ao pronto-socorro de Tatuí. A partir disso, o médico ortopedista ficou sensibilizado com o caso e realizou essa cirurgia”, explica.


A cirurgia de alta complexidade deveria ser realizada no Hospital Regional de Sorocaba, mas como o caso foi rejeitado, um dos médicos da Santa Casa de Tatuí ficou sensibilizado e decidiu atender o homem. O hospital não é credenciado para o tipo de cirurgia, mas o chefe do setor de ortopedia decidiu fazer o procedimento mesmo assim.

Agora, o andarilho é chamado carinhosamente de Paulo pela equipe da unidade. Como não tem para onde ir, ocupa um dos leitos da clínica médica. No entanto, segundo Orley Alceu Camargo, a instituição precisa encaminhar o paciente para casa de parentes ou para algum abrigo. “A gente vai entrar em contato com o Ministério Publico para que a Justiça nos diga para onde esse paciente deve ir. Queremos saber se ele deve retornar para Cesário Lange, se vai continuar em Tatuí... enfim, para onde ele vai”, afirma o especialista.

Em busca da identificação
A assistente social da Santa Casa de Tatuí, Micheli Gibin Vaz, também dá apoio ao paciente. Ela registrou boletim de ocorrência para que a polícia possa ajudar nas buscas pelos parentes do homem. “Pessoas que tiveram parentes desaparecidos estão vindo para tentar reconhecê-lo, mas até agora sem sucesso. A gente pede ajuda para que a população divulgue e venha fazer o reconhecimento”, comenta.

O trabalho de busca pela identidade do andarilho começou em Cesário Lange, também por meio da assistência social. Lá, o paciente recebeu a visita de uma freira do Rio de Janeiro. A religiosa desconfiava que ele era irmão dela. Um teste de DNA foi realizado, mas o resultado deu negativo.

A Polícia Civil também esteve no hospital para coletar as digitais do paciente. O andarilho precisa de um cuidador. Ele usa fraldas, está com sonda e vai ter que fazer fisioterapia.

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