segunda-feira, 4 de abril de 2011

Vera Holtz se apresenta como diretora no Festival de Curitiba

03 de abril de 2011 • 21h36 • atualizado às 21h37


Foto: Divulgação

'Sonhos para Vestir' é o segundo trabalho de Vera Holtz como diretora de teatro
ROGER PEREIRA
Direto de Curitiba
para o Portal Terra

Atriz consagrada, Vera Holtz apresentou na 20ª edição do Festival de Curitiba seu segundo trabalho como diretora. Depois de estrear na nova função com O Estrangeiro, Holtz trouxe para Curitiba um novo monólogo, Sonhos para Vestir, com a atriz Sara Antunes e o músico Daniel Valentini.

"Este é um espetáculo de percurso, as pessoas foram se encontrando meio que ao acaso. É quase uma fábula, um conto de fadas", disse Vera Holtz, que, formada em Artes Plásticas, foi escolhida a dedo por Sara, que também assina o texto do espetáculo em parceria com a autora do cenário-instalação, Analu Prestes. "É uma mistura de teatro e artes plásticas, precisávamos de uma direção que compreendesse essa mistura", disse Sara.

A partir das memórias afetivas, usando em especial cartas recebidas ao longo da vida e de discussões filosóficas das duas autoras, foi construída a peça interativa com o público. "Montamos o sonho da personagem a partir de um jogo de palavras com a plateia, que acaba sonhando junto com a gente", disse Sara. O espetáculo se propõe a investigar para onde vão os sonhos que inevitavelmente acabam ficando pelo caminho da vida. "O que os separam da realização e quais são, entre as questões que herdamos, as que escolhemos para nós. E, para levar adiante todas as referências emocionais que reunimos era preciso alguém que equalizasse isso tudo", completa a atriz, referindo-se a Vera Holtz. O espetáculo, segundo ela, se passa num momento único de devaneio entre o momento de deitar e o pegar no sono, "naquele momento em que todas as palavras do dia vêm na sua cabeça. O que se fez, o que se quer fazer, o que temos de lembrança", disse.

Segundo ela, desde a primeira conversa o clima pegou fogo e ninguém perguntou se Vera queria ou não participar do projeto. "Foi uma fogueira e parecia que ela já estava no processo todo desde antes da gente. Vera taca lenha no fogo mesmo e muitas vezes não consegui dormir depois do que ela provocava", conta Sara. "E ela voltava no outro dia com 'presentes', Sara construía coisas, trazia cenas prontas com o que a inspirara naquela noite. Quando o diretor consegue tocar no canal certo é assim, o ator de expande", completa a diretora.

Sara contou também que foi Vera quem a fez ver que havia no trabalho uma homenagem a seu pai, figura emblemática em sua vida de quem recebeu cartas desde que era muito pequena. "Ela puxou questões muito íntimas, coisas que eu nem sabia que queria dizer", observou a atriz que está sem seu primeiro trabalho fora do grupo XIX de Teatro.

Ao final do espetáculo, o público sai com vontade de sonhar. "É isso mesmo, palavras soltas viram histórias e você pode estar num campo em Paris e num forró em João Pessoa ao mesmo tempo", comentou a designer Ana Paula Alves, 28, referindo-se à história montada por Sara no espetáculo de ontem com as palavras do público. "Deu vontade de sonhar, lembrar da infância e dos ensinamentos dos nossos pais", disse a administradora de empresas Simone Ferreira, 33.

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