sexta-feira, 25 de julho de 2014

Indústria desemprega em Tatuí

Anderson Oliveira

CRUZEIRO DO SUL - O saldo de geração de empregos nas cidades por onde circula o jornal Cruzeiro do Sul passou de positivo, com 958 novos postos de trabalho em maio, para negativo, com 397 empregados a menos em junho. No último mês, oito dos 14 municípios tiveram mais demissões que admissões. A maior queda foi em Tatuí, com 348 empregos com carteira assinada a menos, sendo que a Indústria demitiu 373 trabalhadores. Pelo lado positivo, Capela do Alto e Boituva foram as maiores geradoras de empregos dessa região, com 274 e 106 vagas criadas, respectivamente, em junho. Os dados dos municípios são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados mensalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

As cidades do levantamento são: Alumínio, Araçoiaba da Serra, Boituva, Capela do Alto, Iperó, Itapetininga, Mairinque, Piedade, Pilar do Sul, Salto de Pirapora, São Miguel Arcanjo, São Roque, Tatuí e Votorantim. Os dados de Sarapuí não são apurados, pois o Caged abrange apenas cidades com mais de 10 mil habitantes. Por sua vez, os dados de Sorocaba já foram divulgados em reportagem publicada no último dia 18.

Dentre as 14 cidades, apenas seis apresentaram evolução no emprego no último mês: Capela do Alto (274), Boituva (106), Itapetininga (47), São Roque (42), Pilar do Sul (11) e Salto de Pirapora (6). As demais registraram queda no indicador de emprego: Tatuí (-348), Alumínio (-99), Votorantim (-99), Araçoiaba da Serra (-71), Iperó (-59), Mairinque (-53), Piedade (-31), São Miguel Arcanjo (-23).

O setor que mais demitiu em junho foi o Industrial. Apenas em Tatuí, foram 373 demissões a mais que admissões nas indústrias. Cidades como Alumínio (-77), Araçoiaba da Serra (-38) e Piedade (-29) também registraram desemprego no setor. Até mesmo os municípios que tiveram saldo positivo no conjunto de setores, apresentaram demissões na Indústria, como São Roque (-42) e Itapetininga (-29).
Reflexos do País

As dificuldades da atividade econômica brasileira são as principais responsáveis pela retração no emprego na região, na avaliação do economista Sidney Benedito de Oliveira, delegado do Conselho Regional de Economia (Corecon), em Sorocaba. "É um quadro com atividade industrial menor", diz. As ações do governo federal, segundo ele, com o objetivo de conter a pressão inflacionária é que reproduziram esse cenário. Medidas como o aumento da taxa básica de juros, a Selic, desde o ano passado, tem inibido os investimentos do setor, acrescenta o economista. "Há uma certa insegurança por parte do empresariado, quadro que estamos vendo na região, com algumas exceções", observa Sidney.

No entendimento do vice-presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), em Sorocaba, Erly Domingues de Syllos, os problemas da economia brasileira têm afetado o setor automotivo, com maior presença na região de Sorocaba. No entanto, ele afirma que a região não tem sofrido tanto quanto outros lugares no País. "Outras cidades têm o nível de desemprego mais forte", ressalta.

A queda nas vendas de veículos e outros produtos, como caminhões, tratores e colheitadeiras, tem afetado o setor de autopeças, com presença considerada pujante na região sorocabana. "Essa cadeira teve números horríveis, com 21% de diminuição nas vendas de colheitadeiras, por exemplo, e 18% de carros leves", conta Erly.

Exceção - Os efeitos da estagnação econômica do País não afeta empresas do setor de alimentos e bebidas. Por este motivo, acreditam o representante do Ciesp e o delegado do Corecon, o nível de emprego em Boituva permanece com elevação. "Boituva e outras cidades têm o setor de bebidas, como a fábrica da Crystal, uma das maiores empregadoras da região", diz Erly. Segundo ele, o setor alimentício não sofre as consequências dos problemas da economia nacional. "Boituva se beneficia disso, teve contratações e, como a cidade é menor que Sorocaba, dá um bom impacto", conclui o representante do Ciesp.

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