segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Irmãos Facury e a ufologia

Respeitados na área, os irmãos Facury são chamados para resolver casos complexos, envolvendo fatos misteriosos

Cruzeiro do Sul - Acostumados a olhar para o céu e ver objetos diferentes desde criança, quando moravam em Tatuí, os irmãos Jorge e Michel Facury acabaram por se tornar ufólogos naturalmente, à medida em que as situações foram aparecendo em suas vidas. Quando pequenos, eles tiveram uma visão privilegiada do céu, isso porque em Tatuí ocorre um efeito em que a abóbada celeste parece maior, gerando a sensação de que as estrelas estão mais perto e que há mais horizonte. "Isso acontece porque a cidade está situada em um ponto privilegiado da depressão periférica paulista", explica Michel, que é formado em geografia.

Fascinado com as visões de criança, Jorge passou a ler sobre o assunto e pesquisar. Aos 16 anos já escrevia artigos para o jornal Integração, de Tatuí. Apesar de ter visto luzes estranhas no céu quando criança, o primeiro avistamento de Jorge ocorreu quando já estava morando em Sorocaba. Ele lembra como se fosse hoje: "foi no dia 27 de outubro de 1983, quando eu estava com 17 anos", recorda.

Jorge estudava na escola Antonio Padilha, à noite. "Naquele dia eu havia perdido a primeira aula e fui até o fundo da quadra da escola, onde fiquei para esperar o sinal e assim poder entrar na segunda aula", relata. Ao tocar o sinal, ele atravessou a quadra e, como de costume, olhou para o céu. "Só que nesse dia eu vi uma bola de fogo muito grande, que fez um movimento rápido e apagou no horizonte. Minhas pernas tremeram. E então eu contei para o professor de geografia, que não duvidou de mim e conseguiu me acalmar".

Mais tarde, Jorge contou para seus pais e desenhou a imagem para mandar para colegas. Redigiu uma carta contando o que aconteceu com ele, assinou e tentou publicar no jornal Cruzeiro do Sul com o objetivo de atestar que se alguma outra pessoa tivesse visto, que era verdade. A carta não chegou a ser publicada, mas a partir desse dia Jorge teve certeza absoluta de que era preciso investigar e documentar esses acontecimentos.

Luzes de Iporanga

Em 1985, ele lembra que começou a participar de um clube de ufologia, criado por Luiz Nitsche, e em 1989 tiveram início as expedições para Iporanga. "Muita gente começou a ir para lá a partir do relato de Nadier Jorge da Mata, morador do local, que escreveu para o jornal de Apiaí dizendo que os anjos de Javé desciam naquela cidade em carruagens de fogo, sob o mirante do Alto da Boa Vista, e que ele era testemunha e convidava a todos os incrédulos para irem até lá", recorda Jorge.

Mais tarde, Jorge e Michel ficaram sabendo que Nadier já tinha sido abduzido. "Ele foi curado de leucemia por um casal que desceu de um globo terrestre quando tinha 5 anos de idade. Nadier era do mundo evangélico, da Congregação Cristã, e por muitos anos ergueu igrejas. Com o tempo passou a orar sozinho nas matas. De suas reuniões aconteciam fenômenos de bioluminescência no chão, na vegetação. Era uma espécie de lenda na região, sendo muito admirado por uns e por outros ridicularizado", diz Jorge. Essa época de Iporanga foi uma fase intensa de trabalho de campo, que durou até 2004. O jornal Cruzeiro do Sul inclusive publicou reportagem sobre o asunto no dia 21 de julho de 1991, com fotos das luzes que apareciam no local, resultado do trabalho de investigação de Jorge e Michel.

Foi nesse período que Michel teve seu primeiro avistamento. "Vi bolas de luz alaranjadas no fundo do vale, que passeavam por cima das copas das árvores. Uma delas chegou bem perto, a uma distância de mais ou menos 100 metros e senti medo", conta.

Esse fenômeno continua ocorrendo naquele local até hoje. "E a Ciência não vai até esses fenômenos, a gente não vê pessoas ligadas a universidades indo lá para pesquisar. É uma crítica que a gente faz. O que tem é investigação por parte de grupos de ufologia, mas nunca por parte das autoridades, do governo", reclamam Jorge e Michel.

Respeitados na área, os irmãos Facury são chamados para resolver casos complexos, envolvendo fatos misteriosos, como os círculos que apareceram em Votorantim em 2004. "Esse caso tornou-se referência mundial. O que aconteceu em Votorantim já ocorria no Canadá, mas lá ainda não tinham chegado a nenhuma conclusão. Foi a partir da nossa descoberta aqui que encontraram a solução lá também", orgulha-se Jorge.

Durante o trabalho de pesquisa, os irmãos enviaram material para análise em laboratório e consultaram um engenheiro agrícola, que analisou e concluiu tratar-se de fungo raro. Foi, então, descartada a hipótese de uma nave ter pousado no local.

Jorge Facury ainda escreve sobre o tema e tem dois livros que abordam o assunto: "Um Brilho no Céu de Outubro" e "Óvni em Sorocaba", este último sobre o caso do Morro da Mariquinha. No momento o ufólogo está começando um trabalho de catalogação de todos os que tiveram um contato visual em Sorocaba e região, e pede para essas pessoas enviarem seu relato a ele, que irá fazer um registro sobre o assunto para um futuro livro: jorgefacuryautor@gmail.com. (D.J.)

Notícia publicada na edição de 06/10/13 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 003 do caderno E - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.

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