domingo, 14 de novembro de 2010

50ª Semana da Música

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História do Conservatório de Tatuí - 1

HISTÓRIA DO CDMCC


1. Antecedentes

A escolha de Tatuí para sediar a primeira escola de música mantida pelo Governo do Estado de São Paulo, na década de 1950, não se deu por acaso. A cidade, a 131km da Capital, vinha de forte tradição musical representada sobretudo pelas bandas de música, presença marcante em todo o interior do Estado. 
Uma das mais importantes bandas de música do município foi formada por volta de 1850 pelo maestro Antonio Rafael Arcanjo. É provável que tenha surgido para participar de uma festa célebre na região, dedicada à Santa Cruz, que existia desde 1847. Para homenagear o evento, o regente chamou-lhe Banda Santa Cruz. A Banda ou Sociedade Musical Santa Cruz, seu nome original, sobreviveu ao tempo e existe ainda hoje como Corporação Musical Santa Cruz. No fim do século XIX os músicos da Santa Cruz saíam pelas ruas de madrugada para o “alvorada”, despertando a população da cidade para mais uma jornada de trabalho. Outras bandas se seguiram à Santa Cruz, gerando inclusive disputas que não se esgotavam no campo musical, mas que eram reflexo da política local.

Nas primeiras décadas do século XX, Tatuí passou por um surto de desenvolvimento econômico ligado às tecelagens. A cidade recebeu novos habitantes de diversas partes do Estado e toda a vida social, incluindo a musical, foi incrementada.

Dessa época, destacam-se personalidades musicais como o violinista Otávio “Bimbo” de Azevedo e o violoncelista João Del Fiol, que fora seu aluno. Juntos, tocavam em orquestras de cinema mudo e integravam uma das mais apreciadas “jazz bands” da região na década de 1920. Del Fiol também se apresentava em igrejas, dava aulas de violino e era afinador de pianos, além de trabalhar como almoxarife da escola técnica estadual “Salles Gomes”. Personalidade lembrada na cidade, teve importância fundamental na fundação do Conservatório. Conta-se que em 1950 o deputado Narciso Pieroni entusiasmou-se com uma apresentação do conjunto de João Del Fiol, e este fez o político prometer a criação em Tatuí da primeira escola pública de música do Estado de São Paulo. Na mesma noite um grupo de intelectuais redigiu o esboço do projeto no bar do Hotel Del Fiol. A idéia era que ela seguisse os moldes do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo e da Escola Nacional de Música, no Rio de Janeiro.
A criação da escola foi proposta na Assembléia Legislativa em dezembro de 1950, e sancionada pelo então governador Lucas Nogueira Garcez (1951-1955) em abril de 1951. Ainda no mesmo ano, foi criada em Tatuí a Associação Cultural Pró-Música, reflexo da expectativa e entusiasmo que a instalação do Conservatório gerou na cidade.

História do Conservatório de Tatuí - 2

2. Início

O primeiro endereço do Conservatório de Tatuí, provisório, foi o “Casarão dos Guedes”, mansão pertencente a uma das famílias mais influentes do município.
As primeiras inscrições, em abril de 1954, atraíram 331 candidatos em apenas cinco dias. Todos eram moradores de Tatuí, que contava então com 30 mil habitantes. Dos inscritos, 30 se iniciaram nos cursos, que englobavam canto, piano, violino, violoncelo, flauta, clarineta e congêneres (ou seja, demais instrumentos de sopro) e violão, além dos teóricos harmonia, contraponto e fuga, história da música, pedagogia musical, análise harmônica e construção musical, folclore e arte dramática.
O primeiro diretor da escola foi Eulico Mascarenhas de Queiroz, que trabalhava
como redator musical do Teatro Municipal de São Paulo. Entre os músicos que levou para dar aula no Conservatório estava o flautista Spartacco Rossi, compositor e arranjador que teve enorme importância nos primeiros anos da casa, formando a primeira orquestra e promovendo apresentações por toda a cidade. Sob sua batuta, a recém-criada Orquestra Sinfônica de Amadores realizou apresentações das óperas Juca Pirama (padre Antonio Massana) e O Guarani, de Carlos Gomes. Rossi continuou com atuação intensa na casa até se aposentar em 1970.

Com a saída de Eulico Queiroz, em 1959, a direção da escola foi assumida
sucessivamente por Altino Santarém, Yollanda Rigonelli e Djalma de Carvalho Moreira.
Em 1968, era 250 o número de alunos matriculados no Conservatório de Tatuí, quantidade já excessiva para as instalações originais.
Ao final da direção de Carvalho Moreira, houve uma ameaça de fechamento da
escola por parte do governador Roberto Costa de Abreu Sodré (1967-1971), a partir de um relatório de uma comissão que visitara as escolas de música do Estado. A mobilização local foi intensa e conseguiu reverter a decisão, condicionada à troca de direção. É assim que assume o Conservatório, a partir de 1968, o professor de flauta e regente José Coelho de Almeida. Sob sua direção, a escola passaria por um grande crescimento.

Relação dos diretores do Conservatório de Tatuí
Eulico Mascarenhas de Queiroz
1954
1959
Altino Santarém
1960
1961
Yollanda Rigonelli
1962
1968
Djalma de Carvalho Moreira
1968
.
José Coelho de Almeida
1968
1982
Hans Joachim Koellreutter
1983
1984
Antonio Carlos Neves Campos
1984
2008
Henrique Autran Dourado
2008
-




História do Conservatório de Tatuí - 3

3. Expansão

Coelho dirigiu o Conservatório de Tatuí por 15 anos. Logo que assumiu, conseguiu convencer a classe política local a ceder o prédio onde funcionava a Câmara e a Biblioteca Municipal para que a escola tivesse melhores acomodações. O prédio foi cedido em comodato para o Estado de São Paulo pelo aluguel simbólico de Cr$1 ao mês.

Em 1969, a instituição vai para o novo endereço e o número de alunos dobra, chegando aos 600. Foi também na gestão de Coelho que foi construído, ao longo de dez anos, o Teatro Procópio Ferreira. Com anteprojeto de Nelson Marcondes do Amaral Filho e projeto arquitetônico de Otávio Guedes de Moraes, o teatro tem 437 lugares, amplo palco (18 metros de boca de cena e 12 de profundidade) e fosso para orquestra. Sua infra-estrutura inclui iluminação, sistema de som e equipamento para as mais variadas apresentações como óperas, balés, peças teatrais e concertos sinfônicos – para os quais sua acústica foi especialmente projetada.
Atualmente, o teatro conta também com um hall e o Espaço Cultural “Mário Covas”, uma extensão projetada para exposições e pequenas apresentações que antecedem os espetáculos.
Outra das realizações do mesmo diretor foi consolidar a posição da escola tanto entre os governantes como entre a comunidade musical. Coelho também conseguiu que o governador sancionasse um novo regulamento para a casa em 1972.
Além dessas conquistas, foi um período de doações importantes: em 1976, o Conservatório ganha uma importante contribuição do empresário José Mindlin, que doa uma enorme quantidade de instrumentos para a escola, fazendo com que esta passasse a ser conhecida como a “maior da América do Sul”. E, em 1981, o empresário Wanderley Bocchi cede um extenso terreno onde hoje está construído o alojamento da escola.
O professor de percussão Javier Calvino, um dos mais antigos nomes do Conservatório, recorda outra contribuição do diretor Coelho, esta relacionada à qualidade do ensino. Em 1974, Calvino era percussionista do Teatro Municipal de São Paulo quando foi chamado para ir “a uma cidadezinha, trabalhar num Conservatório”. “Quando cheguei o Conservatório de Tatuí era ainda uma escolinha, só havia a armação do teatro e o prédio dos pianos. (...) Lembro-me bem de um dia no final de 1974 em que fui chamado para ser banca de alunos. Foi um horror geral. Na sala de exames um menino tocando trompa não sabia fazer nada, e o professor o aprovou. Eu não concordei, dei nota zero, começou uma discussão entre os professores. Disse que não estava lá para brincar e chamaram o diretor [Coelho]. Ele chegou e expliquei o que acontecia. Ele ficou abalado, chamou alguns dos meninos e pediu para que tocassem. Viu que era tudo um desastre e cancelou todos os exames daquele ano. Houve uma reunião com o corpo docente, e a partir de então as coisas começaram a mudar. Creio que foi uma mudança moral, e a partir daí houve uma mudança de qualidade. Coincidentemente, nessa mesma época o Conservatório começou a crescer muito”, recorda-se.
Foi Javier Calvino quem iniciou efetivamente o curso de percussão no Conservatório de Tatuí, a partir de meados da década de 1970. Ele conta que, com 21 anos, foi o mais jovem professor contratado pela casa. “No começo eu tinha cinco alunos que já estavam aqui há anos mas aprendiam por curiosidade, pois a escola havia tido professores de percussão apenas por breves períodos”, conta. 
A partir de sua atuação, a área de percussão da escola passou a ganhar cada vez mais visibilidade e reconhecimento, e foi responsável por formar profissionais que hoje atuam nas grandes orquestras brasileiras e no exterior, como Rui Carvalho e Eduardo Gianesella. A excelência do trabalho de percussão em Tatuí é fácil de ser mensurada. Em 2008, dos 12 alunos que cursavam percussão na Unesp, oito eram egressos do Conservatório.
“Em 1975 fundei o primeiro grupo de percussão em Tatuí, provavelmente o mais antigo do Brasil ainda em atividade”, orgulha-se Calvino.
Ainda na gestão de Coelho, foi implantado outro importante curso, o de luteria. Enzo Bertelli, liutaio italiano de grande prestígio radicado em São Paulo, aceitou o desafio de, ao lado de seu filho Luigi, criar um inédito curso de construção de instrumentos de cordas no Brasil. Luigi Bertelli, que permaneceu até 2008 à frente da iniciativa pioneira, conta que em 1980 tinha terminado o terceiro ano do curso de luteria no Istituto Professionale Internazionale Artigianato Liutario e del Legno de Cremona, na Itália, e estava em férias no Brasil. “Foi então que surgiu a idéia de montarmos o curso. Instalamos as ferramentas e máquinas, eu voltei para a Itália e meu pai começou a ministrá-lo em Tatuí. Diplomei-me em Cremona em 1981 e comecei a dar aulas aqui no conservatório duas vezes por semana, além de ter meu ateliê em São Paulo”, conta. O curso visava, segundo seu ante-projeto, “o desenvolvimento da importantíssima arte e técnica da fabricação, reparação e manutenção de instrumentos de arco no Estado, nos moldes da mais famosa e tradicional escola do mundo”.

As aulas iniciaram-se com oito alunos e a intenção de se construir 32 violinos, 16 violas, oito violoncelos e quatro contrabaixos. Além do ensino da fabricação de instrumentos aos alunos, os liutaios desenvolveram uma importante pesquisa para a utilização de madeiras nacionais na construção das peças.
Em 1983, o Conservatório de Tatuí solicitou ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) uma pesquisa que determinasse que madeiras brasileiras estariam aptas a substituir as européias na construção de instrumentos musicais da família do violino. A partir da comparação de propriedades anatômicas, físico-mecânicas e acústicas, chegou-se a uma lista de 10 madeiras com grande potencialidade para substituir as européias. As pesquisas foram subsidiadas pela Funarte numa espécie de parceria, conforme explica Luigi: “A Funarte precisava de instrumentos, então ela nos doava a madeira e nós doávamos os instrumentos. Foi uma ótima parceria pois, além de construir, os alunos precisavam de madeira para praticar, para errar. Dessa forma conseguimos muito material e com ele fizemos diversos instrumentos. A partir dessa pesquisa pudemos passar a fabricar instrumentos de nível bastante bom e viáveis economicamente para nosso mercado. Esse tipo de instrumento, se produzido em larga escala, poderia preencher uma lacuna no nicho de instrumentos intermediários. Pois um aluno de violino, por exemplo, pode começar com um instrumento chinês de R$ 300 ou R$ 400. O problema é que quando ele precisa de um melhor, o importado custa R$ 8 mil; daí muitos desistem. Com a madeira nacional conseguimos fazer um instrumento que substitua esse e custe entre R$ 2 e R$ 3 mil”.
Atualmente o curso de luteria é ministrado por Izaias Batista de Oliveira e Wlamir Ramos. Com duração de quatro anos, mescla conteúdo teórico e prática. As turmas são divididas em dois tipos: iniciantes, com aulas uma vez por semana, e avançado, com três aulas semanais e direito a uma bolsa de estudos. “Temos alunos de vários estados do Brasil, a maioria deles sai daqui e entra para o mercado de trabalho em suas cidades. Quase todos os liutaios que trabalham hoje no mercado brasileiro saíram de Tatuí”, afirma Oliveira.
Quando José Coelho de Almeida deixou o cargo, assumiu a direção Hans Joachin Koellreutter, já célebre em todo o Brasil como professor e personalidade musical. Ao transferir-se para Tatuí, Koellreutter e alguns professores que com ele vieram procuraram instituir uma metodologia que vinha sendo aplicada pelo educador em outras instituições, como a Escola de Música da Bahia e a Escola Livre de Música em São Paulo. Esta tinha como ponto de partida uma educação musical humanística e ampla, que não se limitasse a ensinamentos técnicos. Na prática, uma das mudanças propostas por Koellreutter era a abolição do currículo pré-estabelecido. O programa de ensino dos alunos deveria levar em conta sua situação social, profissional, intelectual e mental. Assim, seria mais particularizado, feito especialmente para cada turma.
Seria mantido, no entanto, um “currículo mínimo”, compreendendo, segundo o próprio Koellreutter, “composição, estética e análise como matérias principais, e outras básicas: teoria elementar, quer dizer, semiótica musical. Composição deveria ser individual e não em grupo, diferentemente de improvisação”. Outra mudança seria a eliminação das provas regulares.
Yara Caznok, que durante o período esteve seis meses em Tatuí ministrando aulas, conta que a receptividade dos alunos foi ótima, mas os antigos docentes da escola viam as mudanças com bastante receio. “A idéia de Koellreutter era modernizar o Conservatório de Tatuí, tirar dele a idéia do tradicional pelo tradicional. Segundo ele, a tradição é formada por inovações, portanto ser novo nada mais é do que seguir a tradição” afirma. O próprio Koellreutter, no entanto, afirmou que a abolição do currículo acadêmico trouxe inúmeros problemas sob o ponto de vista administrativo. Portanto a experiência, embora rica e estimulante, não foi bem aceita por grande parcela da comunidade do Conservatório. Na verdade, a oposição extrapolou os limites da instituição e gerou fortes protestos que acabaram por inviabilizar a permanência do compositor na direção da casa.
Assim, no início de 1984, Koellreutter é sucedido pelo maestro Antonio Carlos Neves Campos, outro que ficaria à frente da instituição por longos anos, até 2008.
Na gestão de Campos teve prosseguimento o processo de expansão do Conservatório de Tatuí, seja em sua estrutura física – com o surgimento de diversos anexos –, seja no número total de alunos ou na quantidade de cursos. Tatuí consolidou sua fama como importante centro formador de músicos, com relevância não só no Estado de São Paulo, mas em todo o Brasil. Quando Neves Campos deixou de desempenhar o mais alto cargo da instituição, em março de 2008 (embora tenha permanecido na escola até o mês de outubro do mesmo ano), o Conservatório de Tatuí contava com cerca de 200 professores, perto de 3 mil alunos, um prédio principal e cinco anexos, perto de 30 diferentes cursos e dezenas de conjuntos artísticos e pedagógicos entre orquestras, bandas e pequenos grupos. (Em 1999, a escola chegou ao impressionante número de 3,8 mil alunos matriculados, mas quedas subseqüentes fizeram com que se estabilizasse em próximo de 3 mil.) 
Foi ainda sob a direção de Antonio Carlos Neves Campos que a administração do Conservatório de Tatuí deixou de ser diretamente subordinada ao Estado e passou a ser gerenciada por uma Organização Social da Cultura (OS). A OS Associação de Amigos do Conservatório de Tatuí (AACT) – e, depois SOART (Sociedade Artística e Cultural de Tatuí) - originou-se a partir da Associação de Pais e Mestres (APM) da casa, criada em 1981. Em 2006, quando a Secretaria de Estado da Cultura decidiu modificar a forma de gestão da escola, optou-se por credenciar a APM como uma OS. Esta modificou seu estatuto e criou um conselho, transformando-se na AACT.
O ano de 2006 também marcou a inauguração de um pólo do Conservatório de Tatuí em São José do Rio Pardo, cidade localizada ao norte do Estado e com cerca de 50 mil habitantes. A empreitada, única extensão do Conservatório no Estado, foi iniciativa do maestro Agenor Ribeiro Netto, responsável direto pelo bom funcionamento da casa. Atualmente, o pólo avançado de São José do Rio Pardo atende a mais de 200 alunos vindo de 27 municípios da região, incluindo alguns do sul de Minas Gerais. São oferecidos cursos de violino, viola, violoncelo, contrabaixo, flauta, clarinete, clarone, saxofone, trompete, trombone, trompa, tuba, eufônio e percussão.

História do Conservatório de Tatuí - 4

4. Reestruturação e novas diretrizes

No ano de 2008, o Conselho de Administração da Organização Social aprovou o nome de Henrique Autran Dourado para se tornar o novo diretor executivo, liderando uma nova equipe diretiva da Associação de Amigos do Conservatório de Tatuí. O grupo foi completado tendo Dalmo Magno Defensor na diretoria administrativo-financeira, Antonio Tavares Ribeiro como assessor pedagógico, Erik Heimann Pais como assessor artístico e Rodrigo Patini como assessor executivo.
Henrique Autran Dourado chegou a Tatuí com a missão de coordenar uma reestruturação completa da escola e gerir um orçamento anual de mais de R$ 20 milhões.
Desde sua fundação, a importância do Conservatório de Tatuí fez com que a cidade passasse a ser conhecida e associada à música em todo o Brasil, e não por acaso: além de alunos de São Paulo, o Conservatório abriga estudantes de dezenas de Estados brasileiros além de vários países do Mercosul. Tal fama foi oficializada em 2007 por uma lei que torna Tatuí a “Capital da Música” do Estado de São Paulo. Por conta disso, a prefeitura tem implantado no município marcos que identificam a cidade ao título, como esculturas retratando músicos que aqui atuaram, mosaicos estilizados e placas informativas e turísticas.
Uma das áreas cruciais a serem revistas era a administrativa, a cargo de Dalmo Defensor, que entrou para a equipe em junho de 2008, assumindo a Direção Administrativo e Financeira. Uma das questões mais importantes e de maior impacto enfrentada pela área administrativo-financeira foi a regularização do regime de trabalho dos profissionais da escola. À exceção dos funcionários da parte administrativa, os cerca de 250 professores, músicos e atores que trabalhavam para o conservatório eram vinculados pelo sistema de cooperativas. Procurando melhorar as condições de trabalho, optou-se por contratá-los em regime de CLT. Após negociação com professores e cooperativas realizou-se um processo seletivo a que todos tiveram que se submeter e a partir de janeiro de 2009 passou a vigorar no Conservatório de Tatuí um novo regime de trabalho para todos.
Se a estrutura administrativa era um dos eixos principais do conservatório a serem reestruturados, os outros eram: a parte artística e a pedagógica. A primeira ficou a cargo de Erik Heimann Pais, saxofonista formado pelo Conservatório de Tatuí e que há anos trabalha na casa. Até assumir na nova gestão a função de assessor artístico, era professor e coordenador da área de sopros.
A primeira grande transformação por que passou a área artística foi a reestruturação do sistema de bolsas de estudo que eram vinculadas aos grupos. A partir de agora, não existe apenas uma, mas sim três modalidades de bolsas, que visam preencher diferentes necessidades dos alunos. Para os de baixa renda que necessitam de auxilio para manter seus estudos foi criada a “bolsa-auxílio”, de R$ 415. Ela tem o menor valor, pois não exige do estudante nenhuma contrapartida a não ser um desempenho acima da média nos seus cursos principais.
Já para os alunos interessados em estagiar seu futuro ofício – que não se configura em trabalho, mas sim em algo que faz parte de sua formação – há dois patamares de bolsa. O primeiro é a de “ofícios-correlatos”, de R$ 470 e com uma contrapartida de seis horas de atividades semanais orientadas, para aqueles alunos que têm o interesse de aprender ou praticar ofícios relacionados à formação de músico ou ator, como iluminação, luteria etc. O segundo é a “bolsa-performance”, de R$ 700, destinada a alunos que querem se especializar em tocar ou atuar. Ela visa estimular o profissionalismo através de uma espécie de estágio remunerado. O aluno atuará nos grupos artísticos junto com profissionais.
O primeiro processo seletivo foi feito em meados de 2008, e a partir de 1º de setembro do mesmo ano estas bolsas entraram em vigor. Foram oferecidas 232, sendo preenchidas 211 delas.
Paralelamente à reestruturação das bolsas de estudo, foram repensados os grupos artístico-pedagógicos (aqueles em que atuam juntos profissionais e estudantes). Foi instituído um esquema de isonomia salarial, com salários iguais para as mesmas funções, e criados grupos em áreas que não havia, de forma que todo o conservatório pudesse estar artisticamente representado.
Desde 2009 os grupos artístico-pedagógicos empregam cerca de 200 profissionais entre músicos, atores e cantores. Com a reestruturação, o número desses conjuntos cresceu de cinco para onze. À Banda Sinfônica do Conservatório de Tatuí (Orquestra de Sopros Brasileira), Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí (Orquestra Sinfônica Paulista), Big Band do Conservatório de Tatuí (Big Band SamJazz), Coro do Conservatório de Tatuí (Coral Da Boca Pra Fora) e Grupo de Choro do Conservatório de Tatuí (Grupo de Choro Quebrando Galho), que já eram reconhecidos como grupos artístico-pedagógicos, somaram-se o Grupo de Percussão do Conservatório de Tatuí (Grupo Percussionista de Câmara), a Camerata de Violões do Conservatório de Tatuí (Camerata Octopus de Violões), o Grupo de Performance Histórica (Grupo de Música Antiga), o Grupo de Pianistas Correpetidores, a Jazz Combo do Conservatório de Tatuí (Cambanda Jazz Combo) e a Companhia de Teatro do Conservatório de Tatuí (Grupo Teatral Novas Tendências). Eles têm entre 25% e 54% de participação de alunos, que foram selecionados para receber a bolsa-performance. Ao todo, esses conjuntos reúnem 97 bolsistas.
Além dos 11 grupos artístico-pedagógicos, o Conservatório de Tatuí conta com dezenas de grupos pedagógicos, que juntos fazem representar todas as áreas da escola. Desde 2009 eles foram inseridos dentro da grade curricular como matéria obrigatória, servindo de estímulo e experiência aos alunos que, no futuro, pretendem pleitear uma bolsa de estudos.
Completando o tripé da instituição está sua estrutura pedagógica, de importância crucial e que ao final justifica a existência de todo o restante. Antonio Ribeiro, professor e compositor com experiência na área juntou-se à nova equipe do Conservatório de Tatuí em abril de 2008, e a partir de então é o assessor pedagógico da casa. Foi feito de imediato um diagnóstico básico da situação para que se pudessem estabelecer estratégias de ação. Assim, de abril a junho ocorreu um grande recenseamento, com a pretensão de englobar todos os alunos, professores e cursos, com suas respectivas disciplinas e carga horária. O levantamento permitiu que se começasse a montar um cronograma a ser aplicado a partir do primeiro semestre de 2009.
Além de ações já descritas e que também envolvem a área pedagógica, como a concessão de bolsas, foram reestruturadas a carga horária dos professores e o edital que regulamenta a estada de alunos e professores no alojamento do conservatório, bem como tomadas ações para incrementar a segurança do local.
Mais um importante passo iniciado em 2008 foi a elaboração do novo regimento do Conservatório de Tatuí. O último datava de 1971 e não era mais observado, o que também explica a falta de parâmetros que se notava em muitas áreas. Em paralelo ao regimento, foi redigido o Plano Político-Pedagógico, documento que norteia as ações desta nova gestão pelos próximos anos. Entre as mudanças anunciadas por este documento destaca-se a fusão das grandes áreas “MPB/Jazz” e “Música comercial” - que, unificadas, voltam a ter o nome original MPB/Jazz –, e a criação do Departamento de Performance Histórica.
O Conservatório de Tatuí é dividido em três grandes áreas: 1. música de concerto, englobando todos os instrumentos de orquestra e banda sinfônica mais canto, violão, piano, luteria de cordas, regência coral e instrumental; 2. música popular, com disciplinas como canto, guitarra, contrabaixo, bateria, cavaquinho, clarinete, flauta, teclado, piano entre outros; 3. teatro, que além de aulas de atuação propriamente dita ainda tem os cursos de historia do teatro, dramaturgia, cenografia, figurino etc.

Dentro das três grandes áreas existem os departamentos, tais como cordas, sopros, teatro etc., num total de 14. Cada um deles conta com um coordenador pedagógico, e alguns são bem maiores do que outros: o de sopros, por exemplo, tem grandes dimensões, retrato tanto da herança dos fundadores da casa como da tradição de bandas existente não apenas em Tatuí mas em todo interior do Estado. Equacionar os departamentos de forma a torná-los mais igualitários é uma das preocupações da atual gestão.
Desde 2009 a duração dos cursos foi remodelada e cada instrumento passou a ter uma duração de curso própria, pensado de forma ideal: quanto tempo um aluno de determinado instrumento deve permanecer na escola para sair preparado para o mercado de música. Isso porque, independente da existência de uma etapa acadêmica de sua formação, o conservatório deve formá-lo enquanto profissional técnico.
Com o objetivo de aumentar o diálogo entre as áreas, Antonio Ribeiro explica que a nova estrutura pedagógica estabelece disciplinas básicas que todo aluno de determinada área deve fazer. Porém, outras também serão oferecidas, e um aluno de música de concerto, por exemplo, ainda terá a opção de, além de cursar harmonia (matéria obrigatória), assistir a aulas de arranjo em MPB. A idéia é que este intercâmbio se estenda a todas as áreas, incluindo o teatro.
Esta interação é essencial para a concretização de outra das intenções da nova gestão: a criação de núcleos de ópera e de musicais. Tal iniciativa contaria com a grande vantagem do Conservatório de Tatuí já possuir, separadamente, todos os elementos necessários para a empreitada: a existência de cursos de música, dramaturgia, cenografia, iluminação, de conjuntos sinfônicos e de um teatro adequado que possui, inclusive, fosso de orquestra.


Texto de Camila Frésca
Fontes de pesquisa:
ENSAIO MAGAZINE – revista cultural do Conservatório de Tatuí (números diversos de 2007 e 2008).
OLIVEIRA, Deise Juliana de. “Salzburg brasileira, Lüneburg paulistana”. Texto cedido pela autora.
Site do Conservatório de Tatuí: http://www.conservatoriodetatui.org.br/index.php
Site da Associação Artístico Cultural Atravez: http://www.atravez.org.br/ceem_6/encontro.htm
Entrevistados: Antonio Tavares Ribeiro, Dalmo Defensor, Erik Heimann Pais, Henrique Autran Dourado, Javier Calvino, Luigi Bertelli e Rodrigo de Resende Patini.
Depoimento: Yara Caznok
Fornecimento de dados: Deise Juliana de Oliveira

sábado, 13 de novembro de 2010

Projeto Viva Melhor dá curso para quem quer deixar de fumar

O Projeto Viva Melhor está oferecendo o curso Como Deixar de Fumar em 5 Dias inteiramente grátis. O curso será realizado na Igreja Adventista da Avenida das Mangueiras, em frente ao chafariz, com início no dia 20 próximo, às 19h30. Inscrições: 3251-9539.

cantor tatuiano DÉCIO CARDOSO canta CORCOVADO

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Campeonato Varzeano vai ao Santa Rita e à Vila Jurema


O 9º Campeonato Municipal de Futebol Varzeano, organizado pela Prefeitura de Tatuí, através da Secretaria Municipal de Cultura, Turismo, Esporte, Lazer e Juventude, terá sequência neste fim de semana, no sábado e domingo, dias 14 e 15 de novembro. Todas as partidas tem entrada franca ao público.

Dia 14, sábado, a partir das 9h, no Estádio do Santa Rita, jogam Independente A x Inter Paulistano. Logo após, jogam Associação Santa Rita A x Associação Santa Rita B. Ás 14h, no Estádio do Sindicato dos Metalúrgicos, jogam Atlético Miranda x Padaria do Gugu.

Dia 15, domingo, a partir das 9h, no Estádio “Simeão Sobral”, da Vila Jurema, jogam Águia Azul x Guaraná B. Em seguida, jogam Guaraná A x Vila Angélica. Ás 15h, no mesmo local, jogam Vitória Esporte Clube x Independente B.

Resultados - No domingo, dia 7, duas partidas aconteceram no Estádio do Sindicato dos Metalúrgicos. Os resultados foram: Vila Angélica 6 x 2 Grêmio e Rontan 6 x 2 CDHU. No Estádio Menote de Campos, San Raphael 0 x 1 Vassorá e Águia Azul 1 x 1 Vila Nova.

População tatuiana cresceu 14% em 10 anos

Segundo o IBGE, o município de Tatuí cresceu 14% em termos populacionais em 10 anos. No Censo 2010, foram registrados em Tatuí 106.572 habitantes. Em 2000, a população era de 93.430 habitantes. Quem quiser ainda participar do Censo 2010 é só entrar no site: www.censo2010.ibge.gov.br e preencher o formulário.

Fonte: Redação Central de Rádio

Tem choro no Conservatório

Big Band Jovem do Conservatório de Tatuí apresenta músicas de desenhos animados

Mesmo jovem, novo secretário de Governo tem currículo privilegiado

O novo Secretário de Governo de Tatuí, Dr. Aniz Eduardo Boneder Amadei, tem um currículo privilegiado. Ele é graduado em Direito pela Universidade de Sorocaba. Pós-graduado em Direitos Humanos pela Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) - Largo de São Francisco. Possui extensão universitária em Direito Tributário pelo IPEC (Instituto Paulista de Educação Continuada). É especialista na área de desenvolvimento urbano, parcelamentos de solo e regularizações fundiárias. Foi palestrante no IV Congresso Internacional da LARES (Latin American Real Estate Society) em 2004, em evento realizado junto à FUPAM/USP. É associado ao IBDU (Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico). Durante sua passagem pela USP, foi aluno de celebridades do Direito, como: Miguel Reali, Eros Grau, Ricardo Lewandowski, Dalmo Dalari, Celso Lafer e Fábio Comparato.
Em 2005, Dr. Aniz Eduardo Boneder Amadei na  companhia do Prof. Dalmo Dallari, na Faculdade de Direito da USP, do Largo de São Francisco, em São Paulo.


Em 2008, após ser diplomado na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, na companhia do Prof. Celso Lafer.

Ex-alunos da USP homenageiam Celso de Mello

O ministro tatuiano Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, recebeu na quinta-feira (11/11) uma homenagem da Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Ele recebeu uma placa de associado benemérito entregue pelo grupo.
“A academia é mais que um lugar. Representa, para mim, um estado de espírito. Aquele que passa pela Faculdade de Direito Largo São Francisco vê-se marcado para sempre em sua vida. São momentos que não se dissolvem pela jornada do tempo”, disse o ministro ao término do encontro. Ele pertenceu à turma formada em 1969.
O STF tem em sua composição atual dois ministros graduados pela Faculdade de Direito Largo São Francisco: Celso de Mello e Dias Toffoli. Durante a homenagem, Celso de Mello contou que 78 ministros do Supremo graduaram-se na faculdade, e outros cinco ministros concluíram pós-graduação na instituição, entre os quais os ministros Cezar Peluso e Cármen Lúcia Antunes Rocha. Com informações da Assessoria de Imprensa do STF.


Fonte: Consultor Jurídico, 2010.11.12

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Policiais Rodoviários de Tatuí aprendem inglês de olho na Copa do Mundo

Da Redação/TV Tem

Nova praça de alimentação de Tatuí tem sete quiosques furtados no final de semana


Crime aconteceu depois de apenas dois meses da inauguração do local

Thaís Zem
TV Tem

Pouco mais de dois meses depois de serem inaugurados, sete quiosques da nova praça de alimentação de Tatuí foram furtados. O crime foi no último final de semana. Foram levados bujões de gás, videogame, dinheiro e outros objetos.

Essa não é a primeira vez que os comerciantes passaram por esse problema. Antes mesmo do espaço começar a funcionar, alguns dos proprietários sofreram furtos, e colocaram grades de segurança por conta própria.

Na manhã desta quarta feira (10), comerciantes, secretaria de segurança e a guarda municipal se reuniram para falar sobre o assunto. Melhorias na iluminação, grades de segurança nos boxes e horário de patrulhamento estendido foram algumas das ideias propostas.

Empresa do setor automobilístico anuncia instalação em Tatuí

Gonzaga e Sérgio Galvão recebem empresários

Uma nova empresa ligada ao setor automobilístico está se estabelecendo em Tatuí. Na última semana, o prefeito Luiz Gonzaga Vieira de Camargo recebeu em seu gabinete no Paço Municipal um grupo de empresários, liderados pelo tatuiano João Comelli, que anunciou que está se instalando no município. Participou também desta reunião o secretário municipal Sérgio Galvão, da pasta do Planejamento e Desenvolvimento Econômico e Habitacional.

Segundo o secretário Sérgio Galvão, “a empresa é uma divisão brasileira da Metroeuropa, estabelecida em Angola, onde tem engenharia, construtora, transportadora e outras atividades. Em Tatuí, será implantada uma empresa que irá importar da China os caminhões pesados produzidos pela Shacman. Será também montada, na porção do terreno adquirido em frente a SP-127, uma revenda da marca”.

Dados da Prefeitura de Tatuí revelam que os empresários adquiriram com recursos próprios uma área de aproximadamente cinco alqueires, ao lado do aeroporto, em frente a SP-127.

“Eles tem planos para ter também no Brasil uma transportadora, para divulgar a marca. A idéia é que as primeiras unidades comecem a chegar já no primeiro semestre de 2011. Os trabalhos de homologação dos caminhões perante a legislação brasileira já estão sendo encaminhados”, disse o secretário.

“Esta empresa adquiriu recentemente em Tatuí a Meta, uma empresa prestadora de serviços na área de testes automotivos, com a idéia de incrementar os negócios, prestando serviços às montadoras, bem como para adquirir corpo técnico para dar suporte às novas atividades com a importação e comercialização dos caminhões pesados. Após a primeira fase de importação das unidades, a idéia será trazê-las no processo CKD, onde os veículos vêm desmontados, para ser feita a montagem na unidade de Tatuí, e, a partir daí, ocorrerá o processo de nacionalização dos veículos”, revelou Sérgio Galvão.

“É uma importante conquista de Tatuí e região. Vamos detalhar aos empresários nossa lei de incentivos, a chamada Pró-Tatuí, e mostrar a eles que a decisão tomada terá todo o nosso apoio”, destacou o prefeito Luiz Gonzaga Vieira de Camargo.

Os empresários presentes ao gabinete do prefeito, que representam esta nova empresa, foram: Reinaldo Reis Vieira, presidente da Metroeuropa; Alex Vieira; João Comelli, diretor de Novos Negócios e, Adilson Nogueira, diretor comercial da Meta.

Prefeito nomeia novo secretário para pasta de Governo e Negócios Jurídicos

Eduardo Amadei já assumiu suas funções no Paço Municipal

 O prefeito Luiz Gonzaga Vieira de Camargo apresentou na segunda-feira, dia 8, durante reunião do secretariado, no Paço Municipal, o novo titular da pasta de Governo e Segurança Pública. É o advogado Aniz Eduardo Boneder Amadei, que assumiu suas funções no último dia 4 de novembro.

Eduardo Amadei é graduado em Direito pela Universidade de Sorocaba. Pós-graduado em Direitos Humanos pela Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) - Largo de São Francisco. Possui extensão universitária em Direito Tributário pelo IPEC (Instituto Paulista de Educação Continuada). É especialista na área de desenvolvimento urbano, parcelamentos de solo e regularizações fundiárias. Foi palestrante no IV Congresso Internacional da LARES (Latin American Real Estate Society) em 2004 em evento realizado junto à FUPAM/USP. É associado ao IBDU (Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico). Eduardo Amadei substitui Paulo Sérgio da Silva, que já havia deixado o cargo.