sábado, 12 de agosto de 2017

Pai e filho trabalham juntos há quase 30 anos em loja de doces caseiros: 'Segredo é o amor'

Loja está aberta em Tatuí há 50 anos e se tornou conhecida por vender os tradicionais doces ABC, considerados patrimônio cultural gastronômico da cidade.
Por Paola Patriarca, G1 Itapetininga e Região

Luciano trabalha com o pai Antônio há quase 30 anos em loja de doces, em Tatuí (Foto: Paola Patriarca/G1)

Há quase 30 anos que o empresário de Tatuí Antônio Rocha Lima Neto tem como companheiro de trabalho e sócio de sua loja de doces caseiros o seu filho mais velho, Luciano Rocha Lima. Os dois são responsáveis por administrar a loja, que começou em 1967 justamente com o pai de Antônio.

O local se tornou conhecido na cidade por levar receitas tradicionais da família e vender 80 tipos de doces, além dos famosos "ABC”, que são variedade de doces de abóbora, batata e cidra e que receberam o título de patrimônio cultural e gastronômico por meio de lei municipal.Para eles, o segredo do empreendimento em família dar certo é trabalhar com amor e dedicação.

“O segredo é o coração, é o amor. Temos que deixar a vida pessoal de lado e fazer o nosso trabalho com amor e dedicação. Nossa loja é uma herança de família. Para que todo resultado dê certo tem que fazer o trabalho com o coração”, diz Antônio.

Em entrevista ao G1, Antônio contou que seu pai resolveu fabricar os famosos doces “ABC” em 1967 e vendê-los. Na época, ele tinha 19 anos e, junto com o irmão, resolveu ajudar. O que começou com vendas de ‘porta em porta’ se tornou em uma pequena loja no centro de Tatuí.

“Eu ajudava a fazer os doces. Além de mim, meu irmão também ajudava e em poucos anos meu pai abriu uma loja pequena. No ano seguinte nós nos tornamos sócios de meu pai e começamos a vender, além dos doces ABC, o famoso pingo de leite, uma receita da família”, diz Antônio.

Doces de abóbora, batata e cidra são patrimônio cultural e gastronômico (Foto: Reprodução / TV TEM)
Foi então que em 1979 o pai de Antônio resolveu aposentar e o filho se tornou o proprietário. Anos mais tarde o estabelecimento passou a ser às margens da rodovia Antônio Romano Schincariol (SP-127) e o filho de Antônio passou a trabalhar no local. Além dos dois, hoje também trabalham outros oito funcionários.

“Meu pai resolveu descansar e meu irmão foi trabalhar em outra área. Eu resolvi continuar e logo depois, meu filho Luciano, que já estava comigo desde pequeno vendo como era o nosso trabalho. De uma lojinha no centro passamos para esse local perto da rodovia e fomos ampliando e modernizando as receitas”, afirma.

Doces ABC são vendidos há 50 anos e receita é tradição familiar (Foto: Paola Patriarca/G1)
'Porto seguro'
Luciano diz que desde pequeno acompanhava o pai e cresceu com ele empenhado com a loja. "Aos 13 anos passei a ir diariamente ajudar a fazer os doces e vender. Hoje, aos 42 anos, amo o que faço. Trabalhar com meu pai é um ensinamento todos os dias. Com a vivência e experiência dele, ele sempre orienta e alerta. Faz eu pensar melhor. Ele é meu porto seguro”, ressalta.

Para Antônio, não teria outro sócio melhor do que seu próprio filho. “Você tem que amar o que faz. Ele ajuda a manter o negócio e não tem outro sócio melhor do que ele”, completa.

E a expectativa é que no futuro o neto de Antônio também siga os passos do pai. “Ele está com 6 anos e ama vir aqui para ver nosso trabalho. Quem sabe né?”, conta Luciano.

Pai e filho trabalham juntos há quase 30 anos em loja de doces (Foto: Paola Patriarca/G1)




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