sexta-feira, 27 de julho de 2012

Nathalia Catharina faz única apresentação de dança em Tatuí neste domingo

A dançarina Nathalia Catharina faz apresentação única no Teatro Procópio Ferreira, em Tatuí, neste domingo 29, às 18 horas. O espetáculo Frágil tem duração de 45 minutos e tem entrada grátis. O gestual reproduz personas femininas da Renascença e do Barroco a partir de estudos das formas das mulheres nos quadros de Ticiano e Rubens, os movimentos personificam o feminino dos séculos XVI e XVII. A trilha original é tonal e a luz explora tons alaranjados e o claro-escuro característicos da pintura da Renascença e do Barroco. Theodoro Cochrane (filho da Marília Gabriela) bolou o figurino que acentua as formas naturais do corpo, de acordo com a moda de outrora (e de agora). A trilha original de piano e cello é inspirada em Bach.

Em sua terceira direção, a performer paulistana faz com que tudo na cena conspire para “uma viagem no tempo”, em atmosfera romântica. Contemplado pelo Programa de Ação Cultural-ProAC/SP 2011, o solo teve pré-estreia em junho último na III Plataforma Estado da Dança - evento promovido pela Secretaria de Estado da Cultura, em São Paulo.


O Teatro Procópio Ferreira fica na Rua São Bento, 415. Tels. (15) 3205-8444, em Tatuí, e disponibiliza 406 lugares. Acesso para portadores de deficiência física. Ar-condicionado.




FRÁGIL INVESTIGA FEMININO PARA EMERGIR EM COREOGRAFIA DA RENASCENÇA MODERNA

Sob luz alaranjada e ao som do cello barroco, imagens dos pintores Ticiano e Rubens ganham vida pelos movimentos da performer.

A partir do estudo que a artista faz há dez anos das formas das mulheres criadas pelos pintores Ticiano e Rubens, a coreografia visa transformar imagens bidimensionais que atravessam séculos em dança contemporânea.


A luz de Fabricio Licursi reproduz os tons alaranjados do pôr-do-sol comuns nas telas renascentistas e os contrastes de claro-escuro típicos do Barroco. O vestido vermelho do figurinista e ator Theodoro Cochrane acentua as formas naturais do corpo, enfatizando discretamente o peito, com um decote, como era moda há quatro, cinco séculos e ainda é hoje.

O resultado em cena é um jogo entre luz e sombra, volume, linhas de perspectiva, tons de cinza e cor, recortes e repouso de movimento. “É a consequência do desejo por duas estéticas pelas quais sou apaixonada. A ideia é reproduzir as mudanças da representação do corpo feminino de lá para cá. A plasticidade procura levar o espectador a tecer uma narrativa a partir de associações entre as imagens e os movimentos”, diz Nathalia Catharina. Em seu segundo solo e terceira direção, ela costura imagens de quadros, como Amor Sacro e Amor Profano (1514, Ticiano) e O Julgamento de Paris (1639, Rubens), como fotogramas, em atmosfera romântica.

Com influência de Bach, a trilha barroca foi composta especialmente pelo pianista Manuel Pessoa. Em alguns instantes, as notas harmônicas do violoncelo e do piano são interrompidas por intensos ruídos de maquinário. “A alternância da sonoplastia sugere uma máquina do tempo, sem que o espectador possa identificar a origem do som, para não quebrar a viagem”.

Um pé aqui, outro acolá

Além do trabalho solo, desde 2009, Nathalia Catharina é colaboradora artística e coreógrafa convidada da companhia teatral francesa PlayGround, dirigida por Maria Clara Ferrer, em Limoges e Paris. Ainda na França, ministrou workshop de dança-teatro no Institut d'Études Théâtrales de Paris 3 - Université Sorbonne, para graduandos do curso de teatro, há dois anos.

Na cidade de São Paulo, integra desde 2004 o Silenciosas + GT’Aime, grupo de dança-teatro que fundou junto com Diogo Granato, e colabora com a companhia Perversos Polimorfos, onde dançou e codirigiu Banksy Bang (prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2010) e Ânsia, ambas encenadas no 4º subsolo do Sesc Pinheiros, em 2010 e 2011, respectivamente. 

A primeira tinha sua dramaturgia coreográfica calcada em grafites do inglês Banksy, na obra Hamletmaschine (Heiner Müller) e no Terrorismo Poético de Hakim Bey. A última era inspirada na peça homônima de Sarah Kane (Crave, em inglês) e na pintura de David Hockney para falar sobre individualidade, solidão e a dificuldade de conexão entre as pessoas na cidade. O resultado ficou entre os finalistas do Prêmio Bravo! como melhor espetáculo de dança de 2011. 

Ficha técnica
Direção, concepção e performance: Nathalia Catharina
Direção musical: Manuel Pessôa
Desenho de luz: Fabricio Licursi
Figurino: Theodoro Cochrane
Interlocução: Juliana Moraes
Fotografia e desenho visual: Osvaldo Guarnieri
Violoncelo: Fábio Leão
Confecção de figurino: Judite de Lima
Produção executiva: Larissa Orlow
Assistência de produção: Olga Vereiski
Assessoria de imprensa: Lu Cassas & Lica Nielsen
Apoios: Governo do Estado de São Paulo - Secretaria de Estado da Cultura/ProAC- Programa de Ação Cultural 2011; Oficina Cultural Oswald de Andrade; Universidade Anhembi Morumbi; Cultura Inglesa; e Espaço.

Breve perfil
Nathalia Catharina (http://nathaliacatharina.blogspot.com/)
Aos 30 anos, seu trabalho é reconhecido através de solos, de sua atuação na Silenciosas+GT'Aime e de sua colaboração na Perversos Polimorfos, na qual atuou como codiretora e intérprete, ao lado de Ricardo Gali. Em 2009, estreou seu primeiro solo, Nathpark, dança-teatro repleto de improvisação, com a música ao vivo da bateria de Mariá Portugal. Motivada pelo cinema de Kubrick (Laranja Mecânica), brincava com o movimento e o som a partir de uma leitura corporal e sensorial do espaço. Com influência de kung fu e balé clássico, a coreografia era criada como take cinematográfico na hora em espaços alternativos (site-specific). O trabalho percorreu parte do estado de São Paulo, incluindo a capital, com apoio do ProAC 2008.

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