Casos de febre amarela preocupam cidades da região de Sorocaba
04/01/18 | Priscila Fernandes - priscila.fernandes@jcruzeiro.com.br
Ações de prevenção contra a febre amarela estão sendo adotadas em diversas cidades da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), demonstrando que a preocupação com a doença já atingiu status regional. Ao menos Piedade e São Roque -- onde macacos mortos contaminados foram encontrados em 2017 -- estão realizando ações amplas de vacinação. Sorocaba, embora não tenha casos em animais ou humanos, iniciou ontem as ações de imunização em áreas próximas às matas. A vacinação ocorre, por enquanto, apenas no bairro Brigadeiro Tobias, na zona leste, e deve ser ampliada nos próximos dias.
De acordo com boletim do Ministério da Saúde, das 27 cidades da RMS, quatro são áreas com recomendação para vacinação contra febre amarela: Tatuí, Cesário Lange, Itapetininga e São Miguel Arcanjo. Dessa forma, quem for visitar estes locais deve se imunizar.
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo afirmou que não houve nenhum caso em humanos de febre amarela na região de Sorocaba, e que estratégias de ampliação da vacinação contra a doença no Estado terão andamento com base em critérios epidemiológicos, com a priorização dos corredores ecológicos. A pasta cita na região as estratégias de intensificação em Sorocaba e São Roque e informa, via assessoria, que os municípios podem desenvolver ações a critério.
A Secretaria da Saúde não informou em quais cidades da região já foram registrados casos de macacos contaminados, mas pelo menos os municípios de Piedade, Ibiúna e São Roque confirmaram registros em primatas. Além de Piedade e São Roque, que vacinam toda a população, os municípios de Mairinque, Araçariguama e Ibiúna também realizam vacinações localizadas em algumas áreas.
A Secretaria da Saúde do Estado diz que, em relação às epizootias (morte ou adoecimento de primatas não humanos, como macacos, bugios e outros), entre julho de 2016 e dezembro de 2017, foram confirmados com a doença 595 animais por meio de análise laboratorial pelo Instituto Adolfo Lutz, sendo 63% deles na região de Campinas. Em 2017, houve 24 casos autóctones de febre amarela silvestre confirmados no Estado -- todos fora da região de Sorocaba --- sendo que dez deles evoluíram para óbitos.
O esquema vacinal é composto por dose única e a imunização não está indicada para gestantes, mulheres amamentando crianças com até 6 meses e imunodeprimidos, como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticoides em doses elevadas.