quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Executiva do PSL decide pelo arquivamento da representação contra Guiga

PSL decide suspender e advertir 18 deputados, mas não expulsará parlamentares

Isabella Macedo, Naira Trindade e Gabriel Shinohara
Pode conferir em O Globo. Com edição do DT.

27/11/2019 | BRASÍLIA - A Comissão Executiva do PSL decidiu não expulsar nenhum dos deputados com processos disciplinares abertos pelo Conselho de Ética da sigla, depois da crise aberta pelo rompimento entre a cúpula do partido e o presidente Jair Bolsonaro. Em reunião na manhã desta quarta-feira, o colegiado optou por recomendar suspensões e advertências a 18 parlamentares. Dois tiveram seus processos arquivados, entre eles o tatuiano Guiga Peixoto. A decisão ainda precisa ser validada pelo Diretório Nacional do partido, que deve se reunir na próxima segunda-feira.

No caso de 14 deputados, a recomendação foi pela suspensão de atividades parlamentares. Isso significa que, se o diretório validar, eles devem perder a indicação para integrar comissões da Câmara, para relatar projetos, entre outros. Já outros quatro deputados devem receber uma advertência por escrito. Para os deputados Guiga Peixoto (SP) e Luiz Ovando (MS), a recomendação foi pelo arquivamento de suas representações.

A Executiva recomendou afastamento de 12 meses das atividades parlamentares aos deputados Eduardo Bolsonaro (SP), filho do presidente Jair Bolsonaro; Bibo Nunes (RS), Alê Silva (MG) e Daniel Silveira (RJ). Já Sanderson (RS) pode ser suspenso por dez meses.

O líder do governo na Câmara, Vitor Hugo (GO), e Carlos Jordy (RJ) receberam suspensão de sete meses. Bia Kicis (DF), Carla Zambelli (SP), Filipe Barros (PR) e Márcio Labre (RJ) podem ser afastados por seis meses. E Cabo Junio Amaral (MG), General Girão (RN) e Luiz Phillippe de Orleans e Bragança (SP) ficam três meses afastados.

A advertência escrita deve ser aplicada aos deputados Aline Sleutjes (PR), Coronel Armando (GO), Chris Tonietto (RJ) e Hélio Negão (RJ).

O segundo vice-presidente da sigla, o deputado federal Júnior Bozella (SP) afirmou que as punições variam de deputado para deputado por causa das infrações que cada um teria cometido. Por exemplo, pesou no processo de Eduardo Bolsonaro o fato de ele ter comparado a deputada Joice Hasselmann (SP) à Peppa Pig (personagem de uma porquinha cor de rosa em um desenho infantil).

— As suspensões são diferentes para cada caso. Teve deputado com três meses [de suspensão], com seis meses — disse o paulista.

Oficialmente, integrantes da Executiva do PSL alegam não terem encontrado argumentos para expulsar os deputados do PSL. No entanto, a expulsão poderia ser usada pelo parlamentar para pedir o mandato na Justiça Eleitoral. Diferentemente de eleições majoritárias como para presidente ou para o Senado, o mandato de deputado é da legenda.

A deputada Carla Zambelli considerou a suspensão à uma tentativa de calar os parlamentares.

— Ou seja, são sujos o suficiente para tentar calar uma deputada que não cometeu crime algum, mas não são corajosos o suficiente para me expulsar? — reagiu Zambelli.

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