sábado, 3 de março de 2018

crônica / Ana Moraes

O semáforo

A ânsia de passar é grande. Logo vem o amarelo. E, então, o vermelho. A impaciência ruboriza-se. É assim que normalmente encara-se os semáforos vermelhos da vida.

No trânsito, o semáforo vermelho parece ser um teste de dramaturgia para fazer os motoristas atuarem com toda a sua raiva imprimida por “perder” aquele pequeno tempo. Talvez, esse sinal vermelho não seja para te atrapalhar, como se pensa. Talvez, seja para nos salvar.

Tudo depende do ponto de vista. Pode ser um sinal para refletir sobre a vida. Pensar em mudanças e transformações. Pensar no que pode ser feito para aquele sinal mudar. Pois, como geralmente se faz no trânsito, nem sempre na vida, esperar parado é o suficiente. É necessário se mexer, se arriscar, se modificar por dentro e por fora.

Mas fique feliz, pois o sinal vermelho não significa nada de triste, apenas que a oportunidade de passar ainda existe, basta ter perseverança e paciência. A pior de todas as hipóteses, é quando o semáforo se desliga e tudo se esvai. Você se vê perdido, sem rumo, sem saber quando ir ou ficar. Vivendo uma eterna indecisão e desespero, errante, sem órbita, imerso em um medo constante de que se atravessar, alguém poderá colidir contigo

Então, quando o sinal ficar vermelho, não fique nervoso ou irritado, apenas agradeça, pois você está sendo conduzido com segurança e que tudo nesta Terra tem seu devido tempo, conforme a natureza de cada coisa. Parece conspiração, mas a cor do sinal que permite a passagem é o verde, justamente a cor da esperança.

A.M.O.R.
(Ana Moraes de Oliveira Rosa)

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