sábado, 7 de outubro de 2017

crônica / Ana Moraes

Insensata existência do lampejo



As cidades se erigem demonstrando seus feitios, formosuras e suas essências. Há no mundo vários conglomerados de pessoas que habitam os mais variados lugares. Dentre essas cidades, existem as que se destacam pela sua exuberante arquitetura, importância história, resiliência e convivência com a Natureza e outras infinidades de características.
Dentre esses privilégios, há coisas que se aproximam para desassossegar. Desassossegar o meneio tranquilo das alvas e translúcidas águas que preenchem o Caribe, que abarca um grande arquipélago de arquitetura natural exuberante, talvez a utilização da palavra arquitetura até seria um sacrilégio contra a criação divina. Se encontram mescladas com a beleza natural as variadas culturas que vivem a deriva nesse mar aparentemente calmo. No entanto, apesar da beleza, nem todo pedacinho desse mar, que nos remete as façanhas piratas, é conhecido. Muitos são ocultados, velados e ofuscados, talvez pela grandeza da obra, mas existem e estão no Caribe. Em nossas mentes, esses lugares se apresentam inomináveis, apenas como um monte de terra que se sobressai diante do mar compondo a conjuntura de terras descritas geograficamente nos mapas, tamanho o nosso desconhecimento sobre os detalhes dessa região.
Na iminência do perigo catastrófico passam a ter existência e sentido, Os seus nomes e suas existências passam, terminantemente, a existir, após episódios de tensão, lúgubres e nefastos. Apenas com o aparecimento de três anfitriões que surgem em meio aos turbilhões dos algodões, que flutuam em paz e sem preocupações no incolorível céu azul, que passam a se atritar e se juntar. Unindo-se pelos sopros contrários que se encontram para darem as mãos e formarem um pião que rodopia no ar. Além disso, esses anfitriões possuem nomes: Harvey, Irma e Jose. Vêm nos apresentar na caixa mágica, que nos mostra tudo como bola de cristal, pequenas regiões com seus nomes peculiares: Aruba, Curação, Trindade e Tobago, Granada, São Vicente e Granadinas, Barbados, Santa Lúcia, Martinica, Dominica, Guadalupe, Montserrat, Antígua e Barbuda, São Cristóvão-Nevis, Anguilla, Ilhas Virgens Americanas e Britânicas, República Dominicana, Haiti, Jamaica, Ilhas Cayman, Ilhas Turks e Caicos, Cuba, Bahamas e entre outras que provavelmente foram ocultadas tamanha a diversidade de nomes do arquipélago. É perceptível que alguns nomes citados já possuem fama entre o mundo devido a conflitos políticos, outras catástrofes, cultura excêntrica, atletas famosos e entre outros aspectos.
Essas infinidades de lugares são apresentadas pelos três anfitriões, que azarmente resolveram acordar para mostrar a existência de algo. Infelizmente, o problema destes é sua indelicadeza na lhaneza no trato. Por onde passam, desarrumam tudo. Mas que falta de educação! Desta forma, o paraíso pode se tornar um verdadeiro inferno gélido, ventoso e molhado.
Essa desarrumação causa tremendo rebuliço no nosso mundo, mas o mundo continua girar sem parar, rolando pelas profundezas negras do cosmos. E assim, desarrumados, ficam conhecidos. Outrora nem existiam em nossas mentes. Nesse momento, é importante que mãos apareçam, de todas as direções, para segurar umas às outras e mostrar que essa insensata existência do lampejo não seja eterna, mas que todos merecem apreço, seja no meio do mundo ou da Groelândia à Antártida.
A.M.O.R.
(Ana Morais de Oliveira Rosa)

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