domingo, 2 de fevereiro de 2020

Celso de Mello é escolhido personalidade de 2019 do prêmio "Faz Diferença"

O decano Celso de Mello terá o voto decisivo sobre a suspeição do ministro da Justiça, Sérgio Moro.

A poucos meses de se aposentar do Supremo Tribunal Federal, o ministro tatuiano Celso de Mello foi eleito personalidade de 2019 do prêmio "faz diferença", promovido pelo jornal O Globo em parceria com a Firjan. Em 2019, o decano completou 30 anos de atuação na Suprema Corte brasileira. Ele se aposentará em novembro de 2020 ao completar 75 anos.

Celso de Mello é o decano do STF e vai se aposentar em novembro deste ano

O prêmio homenageia pessoas que se destacaram em 16 categorias. O principal é o de personalidade do ano, concedido a Celso de Mello.

O decano é considerado uma unanimidade entre os ministros. Respeitado e ouvido por todos os colegas. Ao longo dos últimos meses, se tornou porta-voz do Supremo em defesa das liberdades individuais. Alvo de um pedido de impeachment após votar para criminalizar a homofobia, o ministro disse que a corte não se intimida com manifestações nas ruas ou ameaças de parlamentares.

Garantista, Celso de Mello sempre votou contra a prisão após condenação em segunda instância. Na última vez em que o tema foi debatido em plenário, em novembro do ano passado, o ministro afirmou que "os julgamentos do Poder Judiciário não podem se deixar contaminar qualquer que seja o sentido pretendido por juízos paralelos, resultantes de manifestações da opinião pública que objetivem condicionar o pronunciamento de magistrados e tribunais".

(Revista Consultor Jurídico, 1 de fevereiro de 2020, 16h26)

A Globo mantém a tradição de premiar juízes com seu prêmio Faz Diferença, que já foi dado a Joaquim Barbosa, na época do “mensalão”, a Sérgio Moro, na Lava Jato, a Carmen Lúcia, quando queria a prisão de Lula, e agora ao decano Celso de Mello, que terá o voto decisivo sobre a suspeição do ministro da Justiça. Mas o ministro não deverá se deixar envaidecer às vésperas da aposentadoria.
 
(Brasil 247, de 1 de fevereiro de 2020, 19h18, com edição do DT)

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