quinta-feira, 16 de abril de 2015

Vendas de máquina agrícola e trator caem 20% no trimestre, diz Anfavea

Do G1- Levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostra que as vendas de tratores e máquinas agrícolas no primeiro trimestre deste ano caíram 20% em comparação com o mesmo período de 2014. A alta do dólar e o aumento nas taxas de juros são apontados como alguns dos motivos para a redução. Pátios de lojas em Itapetininga estão lotados devido à falta de negócios no setor.

De janeiro a março do ano passado foram vendidas 14,9 mil unidades no país enquanto que em igual período de 2015 foram 11,9 mil veículos, ainda segundo a Anfavea. Desde o começo do ano, uma loja em Itapetininga está com os equipamentos agrícolas no pátio porque, devido à queda nas vendas, o proprietário disse estar difícil fazer a troca do estoque. Segundo o gerente do comércio, Luiz Carlos Pereira, a procura diminuiu 30%.

“A alta do dólar assusta bastante o produtor porque os insumos são baseados, basicamente, no dólar. O produtor tem que plantar num custo alto e não sabe se no futuro o produto que ele colher vai, pelo menos, equalizar e zerar a conta. Além disso tivemos um aumento na taxa de financiamento muito grande. Estávamos trabalhando há dois anos a uma taxa de 3%, e do fim de março até agora pulou para 7,5%", afirma Pereira.

Em outra loja, em Tatuí, a procura pelos produtos teve um crescimento de 8% nesses primeiros meses do ano em relação ao mesmo período do ano passado. O gerente Jorge Augusto Vaz afirma que pequenos e médios produtores rurais da região foram afetados pela estiagem dos dois últimos anos. “O produtor rural está com bastante precaução quanto a investimentos”, opina.

Com a oscilação de preços, há algumas alternativas para quem pretende adquirir maquinários novos. Uma delas é o financiamento com juros zero para o produtor. As taxas são pagas pelo governo do estado, mas para isso é necessário que o interessado procure a Casa do Agricultor do município e que se enquadre nas regras do programa.

Uma delas é ter uma renda anual agropecuária de até R$ 800 mil. De acordo com o engenheiro agrônomo Luiz Paulo Mendes, que desenvolve projetos para os agricultores conseguirem financiamentos junto aos bancos, o produtor deve se planejar antes de fechar qualquer negócio. "Nós temos que renovar as máquinas. Então temos que continuar. A terra, o sol e o espaço estão disponíveis. Mesmo com dificuldades temos que continuar, temos que valorizar o produto", reflete.
(Foto: Reprodução/ TV TEM)

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