domingo, 7 de julho de 2013

À moda do sheik: arquiteto brasileiro faz sucesso em palácios no Oriente Médio

HELOISA TOLEPAN (Jornal do Brasil) - Vincenzo Visciglia faz sucesso no Oriente Médio à frente do escritório Power Design. As construções, pedidos e extravagâncias parecem coisa de cinema: papeis de parede com cristais Swarovski que podem custar US$ 12 mil o metro quadrado, ambientar bananeiras dentro de palácios, banheiros de 50 metros quadrados e até paredes pintadas com tinta com cristais. Mas são apenas os pedidos da realeza de países do Oriente Médio, que se tornam realidade nas mãos do arquiteto brasileiro Vincenzo Visciglia.

Nascido em Tatuí, no interior de São Paulo, e formado em arquitetura nos Estados Unidos, há três anos Vincenzo dá vida aos sonhos de sheikes e empresários árabes com a Power Design, empresa da qual é sócio com o engenheiro Said Al Jabri. "Três meses depois que cheguei aqui um empresário local me convidou para abrir um escritório com ele. Aceitei. Projetei a área de lazer da casa do irmão do meu sócio, que é ministro", conta o arquiteto, que já trabalhou com a família real saudita e também assina o projeto arquitetônico e de branding da rede de cafés PappaRoti, que tem franquias espalhadas pela Ásia e o Oriente Médio - desde que embarcou no projeto, só ele pode criar uma nova franquia da empresa.
Pedidos extravagantes são corriqueiros no dia-a-dia de trabalho de Vincenzo. “O emir de Abu Dabhi pediu uma área exclusiva, para 30 pessoas, em um coffee shop local com cristais Swarovski. São dezenas, espalhados no papel de parede e nos panos da cortina. O metro quadrado do papel de parede custa entre 10 e 12 mil dólares. O salão exclusivo tem 60 metros quadrados”, comenta o arquiteto, que mora em Abu Dhabi e, no momento, se divide entre os projetos da casa de um dos filhos do emir de Dubai, Mohammed bin Rashid Al Maktoum, uma casa de veraneio em Jeddah, na Arábia Saudita, e também nos últimos ajustes dos escritórios que pretende abrir em São Paulo, em agosto, e no Rio de Janeiro, até o fim deste ano. 

“Há muito interesse de meus clientes árabes no potencial petrolífero do pré-sal brasileiro. Há projetos de empresas árabes ligadas, direta ou indiretamente, à abertura de escritórios nessas capitais. Um da Arábia Saudita, por exemplo, tem um fundo de investimento, mas, por questão contratual, não posso dar detalhes", reserva-se.

A ponte entre o Brasil e a Arábia Saudita ficará ainda mais forte dentro de três meses, graças aos dois restaurantes de culinária brasileira e italiana que Vincenzo inaugurará em Abu Dhabi, batizados 'Samba pasta' - um na Masdar City, área sustentável da capital do país, e o outro na Yas Island, que abriga também o circuito de Fórmula 1 da cidade. "Teremos salgadinhos brasileiros, arroz e feijão, faremos pratos árabes do jeito que os brasileiros cozinham. No cardápio também terá esfiha feita como no Brasil, quibe de forno, tabule, humus e coalhada, além de massas e pizzas italianas", adianta, abrindo o nosso apetite e curiosidade.


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