segunda-feira, 16 de julho de 2012

Pesquisador avalia como excelente condição do Rio Sorocaba em Tatuí

Pesquisador segue em expedição pelo rio Sorocaba, no interior de SP
Ele deverá percorrer 205 quilômetros em 25 dias.
A expedição é gravada e deverá se transformar em um documentário.


Do G1 Itapetininga e Região

O técnico em arqueologia, Alexandre Amaral Cinacchi, segue em uma expedição pelo rio Sorocaba, que banha diversas cidades do interior paulista. A jornada foi iniciada em 29 de junho em Sorocaba (SP) com destino a Laranjal Paulista, onde o rio desemboca.

A viagem deverá durar 25 dias e irá explorar 205 quilômetros do rio. O objetivo do pesquisador é produzir um documentário para mostrar as riquezas que ainda são preservadas e também apontar trechos de degradação sobre a fauna e a florada. Ele também observa peças que contam a história da região e de povos que habitaram as áreas próximas ao rio.

Toda o percurso é feito em um bote inflável. Alexandre só sai do rio para descansar, levantar acampamento e explorar as margens. Quando chega em terra firme, o primeiro passo é montar um altar com pedras encontradas pelo caminho. Segundo ele, é uma forma de agradecimento e pedido de proteção espiritual durante a viagem.

Enquando desbrava o ambiente, observa as pedras e o solo. Em Tatuí, fez descobertas arqueológicas. Ele encontrou instrumentos confeccionados há 5 mil anos. Um deles é um raspador, usado para preparar e cortar carne. Já outro objeto encontrado é um picoteador, também utilizado para alimentação. Ele ainda encontrou uma estilha, a sobra das raspas de pedras. “A estilha é um refugo da peça que os antigos habitantes dessa área produziam como o raspador e picoteador. Isso significa que aqui teve movimentação humana”, explica.
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O técnico em arqueologia encontrou também peças que mostra a atividade dos tropeiros na região. Entre os objetos, pedaços de porcelana do século 19 e vidros utilizados para armazenar remédios e bebidas. “Todo este material vai ser cadastrado no Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) do Ministério da Cultura. Eu acho que isso é fundamental para o conhecimento. Acho que é importante um estudante saber da história, de onde viemos e para onde estamos evoluindo. Isso é de extrema importância para a humanidade”, comenta.

A vida do rio
Tatuí foi um dos pontos de parada do navegador. Amostras de água foram recolhidas. De acordo com o explorador, a qualidade no trecho do município é considerada excelente de acordo com a medição feita por ele. “Quando eu entrei no município de Tatuí, na divisa com Boituva (SP), a mata começou a ficar mais bonita. A água também mudou de tonalidade, não tem odor forte e está bem oxigenada. A quantidade de partículas é de 11,0 ppm (partes por milhão – a sigla indica a quantidade, em gramas, das soluções diluídas)”, afirma.

Já entre Sorocaba e Iperó, Alexandre afirma que teve dificuldades para navegar. Ele encontrou pelo caminho muita sujeira, troncos e garrafas plásticas. “Foi preciso sair do bote para tirar o lixo do caminho”, comenta.

Todos os passos feitos durante o percurso são registrados em vídeos e fotos para o documentário. “Com este panorama, prefeituras e população poderão contribuir com preservação do rio”, afirma.
Pesquisador encontra relíquias em expedição pelo rio Sorocaba (Foto: Reprodução/ TV Tem)

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