quinta-feira, 7 de julho de 2011

Prefeitura desiste de criar novo aterro sanitário e opta por descarte em C. Lange

Do jornal O Progresso de Tatuí, edição 5532, de 06.07.2011

A partir de dezembro, o lixo doméstico produzido em Tatuí será despejado em outra cidade. O município escolhido para receber os dejetos é Cesário Lange, que deverá terceirizar o depósito, conforme adiantou o prefeito Luiz Gonzaga Vieira de Camargo.

Segundo ele, a Prefeitura desistiu de criar um novo aterro sanitário na cidade por conta de prazo e de custos elevados. O atual, que funciona nas proximidades da estrada vicinal Moisés Martins, principal ligação entre o centro e o distrito de Americana, está com os dias contados.

A Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) já havia notificado a municipalidade a desativá-lo no ano passado. O “Lixão” de Tatuí, como também é conhecido, foi classificado pelo órgão como tendo situação controlada.

As condições, no entanto, já foram piores. O local tinha sido avaliado havia dois anos como inadequado. A partir da notificação, recebida em 2010, Gonzaga iniciou dois processos: um de desativação do aterro sanitário e outro de instalação de um novo.

À época, a Prefeitura chegou a contratar empresas especializadas para elaborar os projetos. Na ocasião, o prefeito havia declarado também que o processo seria realizado em longo prazo. “Ainda não temos uma noção de quanto tempo isso deva levar, porque não se tem tudo quantificado de acordo com o que prevê a companhia”, disse ele, no ano passado. Por conta da demora do processo, que depende de licença de instalação e vistoria da Cetesb, Gonzaga optou por terceirizar o depósito de lixo.

A terceirização, segundo ele, já é adotada por diversas cidades da região. “Pereiras, Laranjal Paulista, Porangaba e, se não me engano, Conchas não têm mais aterro próprio. Todos estão levando seu lixo para Paulínia”, disse o prefeito.

O transporte do dejeto da cidade para aquele município, porém, é considerado inviável por Gonzaga, em função do custo. “Sairia muito caro”. Por conta disso, o prefeito anunciou que vai “prestigiar” Cesário Lange. “A cidade vizinha tem um aterro sendo licenciado, um aterro particular, para o qual estamos negociando a terceirização”, informou.

O preço cobrado pela empresa que deverá ser contratada pela Prefeitura, a Proposta Engenharia Ambiental – a mesma que já presta serviços de coleta em Tatuí –, é avaliado por Gonzaga como positivo. “O preço vai ser acessível, ao que me parece. Por isso, vou prestigiar Cesário Lange”, comentou.

A opção, diz o prefeito, vai permitir ao município resolver a questão do descarte do lixo doméstico sem necessidade de grandes investimentos. A terceirização deve ocorrer mesmo sem consentimento dos vereadores. “Essa é uma decisão de governo. Não depende da Câmara”, disse Gonzaga.

A proximidade com Cesário Lange é considerada pelo prefeito como uma vantagem. De acordo com ele, dependendo do ponto da cidade em que o lixo doméstico é coletado, o trajeto fica mais curto. “Conforme a região de Tatuí, fica até mais fácil levar o lixo para Cesário Lange do que para o aterro atual”, comentou. A proposta inicial é de começar a utilizar o aterro em fase de instalação na cidade vizinha até o final do ano.

O prefeito de Cesário Lange, Ramiro de Campos, adiantou à reportagem que a Proposta Engenharia Ambiental já obteve a licença de instalação da Cetesb. “Recebemos na sexta-feira, 1o, a notícia de que a companhia já concedeu a permissão para que o aterro particular seja implantado”, disse. O local, segundo ele, deve atender não só à região, mas a cidade de Cesário Lange.

Campos informou que, ao contrário do que se possa imaginar, o novo aterro não vai levar transtornos a Cesário Lange. “Eu não vejo ele (o novo lixão) de uma forma negativa. Antigamente, o prefeito que optasse por fazer o que eu estou fazendo poderia ser taxado como o que contribuiu para a poluição de sua cidade. Mas, hoje, isso não acontece, porque o aterro sanitário, para ser feito, segue muitos procedimentos e não traz mais prejuízos para ninguém”, argumentou.

Campos disse também que o aterro deve gerar renda. “Não haverá prejuízos para ninguém, muito pelo contrário. Esperamos mais dinheiro, empregos e geração de recursos”, concluiu.

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