terça-feira, 19 de outubro de 2010

‘Compositor fantasma’ da trilha de Missão Impossível será homenageado na sexta-feira

Show da Jazz Combo do Conservatório de Tatuí traz seleção de obras de Moacir Santos

Uma das lendas da música está relacionada à autoria da trilha de “Missão Impossível”, uma das mais reconhecidas do cinema. Há muitos que afirmam que o verdadeiro compositor dela é o pernambucano Moacir Santos. Verdade ou não, fato é que o brasileiro compôs várias trilhas anonimamente no período em que morou nos Estados Unidos – e, entre elas, possivelmente a obra criada em 1966. O compositor e arranjador será homenageado pela Jazz Combo do Conservatório de Tatuí, no próximo dia 22 de outubro, às 20h30, no Teatro Procópio Ferreira, sob coordenação de Paulo Flores.

 As músicas que serão apresentadas no show fazem parte dos discos “O Maestro” (de 1972, indicado ao Grammy) e “Saudade” (de 1973), todas adaptadas pelo grupo sem perder a mão de Santos, mantendo todas as características dos arranjos originais com uma outra instrumentação.

 O maestro, arranjador, instrumentista, compositor pernambucano Moacir Santos foi professor de Nara Leão, Baden Powell, Paulo Moura, Eumir Deodato, Airto Moreira, entre outros. Compôs, com Vinicius de Moraes, clássicos como "Triste de Quem", "Lembre-se" e "Se Você Disser Que Sim", além do sucesso dos anos 60 Nanã.

 É pouco para que seja conhecido no Brasil, naturalmente, a não ser pelos ouvintes atentos do "Samba da Bênção" (1962), de Baden Powell e Vinicius de Moraes. “Seu talento só foi reconhecido quando fixou residência fora do Brasil, em 1967 na Califórnia, onde passou a lecionar música depois de uma brilhante carreira de 18 anos, como arranjador e regente da rádio Nacional, no Rio de Janeiro”, disse Paulo Flores, coordenador do grupo.

 "Estava ficando difícil viver aqui. Cheguei a pensar em colocar meu carro na praça", lembra Santos, que nos primeiros tempos ganhou a vida tocando piano numa igreja batista, em Los Angeles. Também trabalhou como "músico fantasma", fazendo arranjos para filmes de Hollywood, sem receber créditos.

 Quando perguntado das trilhas anônimas que criou, principalmente a mais famosa e mais tocada em todo o mundo, criada em 1966 para a série Missão Impossível, ele desconversava – “Isso faz muito tempo, fiz muitas trilhas para muitas coisas, mas não me lembro delas não!”. O maestro voltou a ser notícia nos meios musicais brasileiros com o lançamento do CD duplo "Ouro Negro", com 28 faixas, no qual mostra toda sua inventividade e atualidade.

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