sábado, 4 de setembro de 2010

Homicídio de estudante de moda repercute em todo o Estado

Veja matéria do Cruzeiro do Sul, de Sorocaba

O assassinato do estudante de moda Tassiano Cardoso Trindade, 23 anos, com requintes de crueldade na tarde de quarta-feira em Tatuí, no cemitério Cristo Rei, ainda choca os moradores da cidade e os amigos da vítima. Afilhado de crisma do prefeito Luiz Gonzaga Vieira de Camargo (PSDB), Tassiano foi morto por espancamento pelos serventes Leandro Gomes Sette, 18, conhecido como Leandrinho, e Juliano Aparecido Buscarino Louriano, 21 anos, o Tatu, presos logo após o crime. A polícia não descarta a possibilidade do homicídio estar relacionado a programa sexual, tendo em vista que a vítima era homossexual e um dos envolvidos, segundo o que a polícia já apurou, teria costume de fazer programas por dinheiro.

Tassiano foi morto por volta das 15h, ao ter sua cabeça socada repetidas vezes entre uma sepultura e o muro do cemitério, na quadra 4B. O crime foi desvendado rapidamente porque uma pessoa, que passava pela calçada externa, ouviu gritos de socorro. Mas como do lado de fora o muro é alto, essa testemunha gritou para que parassem a agressão. Naquele momento, Leandrinho subiu no muro para tentar justificar o ato: a vítima teria mexido com a mãe dele. Minutos depois, enquanto a dupla abandonava o cemitério, a polícia foi acionada.

Os investigadores Adriano e Roberto, do 1.º Distrito Policial, passavam pelo local e encontraram Tassiano morto, caído, como se tivesse sofrido uma torção. Suas calças estavam arreadas até o joelho e vestia cueca. Informados de que um dos foragidos seria Tatu, já conhecido nos meios policiais por furto, os investigadores o detiveram na casa dele, na Vila Santa Luzia. Com a ajuda da Guarda Municipal, Leandrinho também foi detido onde mora, no Jardim Thomas Guedes, já de banho tomado e roupas limpas. Mas suas vestes anteriores foram apreendidas e reconhecidas pela testemunha.

O Cemitério

Segundo a polícia, o cemitério velho é ponto de encontro. Em dez anos de trabalho no local, o encarregado Ercy Mendonça da Silva já flagrou um casal e outra vez uma dupla de parceiros homossexual mantendo relações sexuais. O local é grande e desse caso só tomei conhecimento quando a polícia já estava aqui, frisou.

Sonho de ateliê

Tassiano tinha o sonho de ter o próprio ateliê até o final do ano. Seus planos foram relatados para a vendedora Tatiane Patrícia Sabalianskas, com quem trabalhou por sete anos numa loja de moda jovem, minutos antes de ser morto. Ela contou que o amigo saiu da loja para conciliar o horário com os estudos, mas que trabalhava meio período na biblioteca municipal. Segundo ela, a lembrança que fica é a de alguém muito alegre e amigo de todos. Tassiano também tinha uma coluna de consultoria de moda no jornal local É Notícia, e promovia eventos.

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